Os Prime Day da Amazon começaram hoje e, em jeito de campanha express, terminam já amanhã. Apesar de serem dois dias de bons negócios para os consumidores, parecem ser 48h penosas para os funcionários da gigante do comércio online.
Conforme apurado pelo Senate Committee on Health, Education, Labor and Pensions (HELP), os Prime Day da Amazon são uma causa “significativa” de acidentes para os funcionários da gigante do retalho.
O órgão americano divulgou, esta terça-feira, os resultados provisórios de uma investigação de um ano sobre as condições de trabalho nos armazéns da Amazon, no momento em que a empresa realiza o seu evento anual de ofertas do Prime Day, que decorre entre hoje (16) e amanhã (17).
Segundo a CNBC, os dados internos relativos ao Prime Day de 2019 que a Amazon forneceu mostraram a sua taxa total de acidentes, incluindo aqueles que a empresa não é obrigada a divulgar à Occupational Safety and Health Administration. Com “pouco menos de” 45 lesões por 100 trabalhadores, o relatório indica que “quase metade dos trabalhadores do armazém da empresa” sofreram algum tipo de lesão.
A Amazon continua a tratar os seus trabalhadores como se fossem descartáveis e com total desprezo pela sua segurança e bem-estar.
Afirmou o senador Bernie Sanders, que preside ao HELP, num comunicado, acrescentando que este cenário é “inaceitável e tem de mudar”.
De acordo com o relatório, os dados internos fornecidos pela Amazon mostram que os seus armazéns têm tido falta de funcionários, durante os Prime Day e as épocas de compras de fim de ano, “pondo em perigo aqueles que têm de gerir o aumento do volume sem apoio”.
O relatório cita um documento interno da Amazon, intitulado “2021 Prime Day Lessons Learned”, que afirma que a Amazon “atingiu apenas 71,2% da sua meta de contratação”, entre maio e junho de 2021.
Amazon respondeu aos resultados provisórios
Ele tira conclusões abrangentes e imprecisas com base em anedotas não verificadas e deturpa documentos que têm vários anos e contêm erros factuais e análises erróneas.
Por exemplo, uma das falsas alegações do relatório implica que não temos pessoal adequado para os períodos de compras intensas.
Disse Kelly Nantel, porta-voz da Amazon, alegando que o relatório ignora o caminho que a empresa tem traçado.
Segundo a porta-voz, desde 2019, a Amazon reduziu a sua taxa de incidentes para qualquer coisa que exija mais do que primeiros socorros básicos em 28% nos Estados Unidos. Mais, reduziu a taxa de incidentes com perda de tempo, que inclui lesões mais significativas que exigem que um funcionário perca pelo menos um dia de trabalho, em 75%.
Em março, a empresa afirmou que as suas taxas de acidentes melhoraram e anunciou planos para investir mais de 750 milhões de dólares em iniciativas de segurança, durante este ano.
Além disso, a Amazon também recorreu de uma série de citações emitidas pela Occupational Safety and Health Administration sobre riscos e violações de segurança.
A gigante do comércio eletrónico afirmou que começou a automatizar algumas tarefas e que está, também, a lançar mais sistemas robóticos nos armazéns. Na sua perspetiva, estes podem melhorar a segurança.
Atualmente, a Occupational Safety and Health Administration e a Procuradoria-Geral dos Estados Unidos estão a investigar as condições em vários armazéns da Amazon, enquanto o Departamento de Justiça do país está a averiguar se a empresa não regista os acidentes.
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