Por cá, o MB WAY é utilizado por mais de seis milhões de pessoas, sendo prático não apenas para transferências rápidas, mas, também, para criação de cartões descartáveis ou pagamentos sem cartão, por exemplo. Entretanto, poderá estar em cima da mesa uma parceria para criar uma versão europeia deste serviço.
Segundo fontes familiarizadas com o tema, a Bizum e os seus parceiros – os sistemas semelhantes em Itália (Bancomat Pay) e em Portugal (SIBS) – estarão a explorar plataformas de interconexão com a Wero, a aplicação de pagamento instantâneo do centro e norte da Europa, liderada por bancos em França, Alemanha e Bélgica.
Caso a parceria se concretize, dará origem a um gigante europeu de pagamentos instantâneos, um plano que tem sido defendido pelo Banco Central Europeu (BCE), há vários anos.
Além da lógica industrial, serviria para competir à escala mundial com gigantes do setor, nomeadamente a Visa e MasterCard, sediadas nos Estados Unidos.
Um serviço como o MB WAY, mas europeu: “seguro, eficiente e integrado”
Quando a Iniciativa Europeia de Pagamentos (em inglês, EPI) foi criada, em 2020, o banco central felicitou a sua constituição porque criaria, segundo disse, uma solução de pagamento unificada para consumidores e comerciantes em toda a Europa, “incluindo um cartão de pagamento e uma carteira digital, abrangendo pagamentos em loja, online e entre pessoas, bem como levantamentos em numerário”.
O BCE enquadrou esta iniciativa na lógica da evolução para um mercado europeu de pagamentos “seguro, eficiente e integrado”, que inclui infraestruturas pan-europeias.
Gradualmente, pela lentidão da sua construção e devido a um orçamento de milhares de milhões para criar a plataforma comum a partir do zero, os bancos italianos, portugueses e espanhóis foram abandonando a EPI.
No ano passado a espanhola Bizum, a italiana Bancomat Pay e a portuguesa SIBS, responsável pelo MB WAY, avançaram com um projeto, ligando as suas plataformas e permitindo fazer pagamentos instantâneos entre países nas mesmas condições que a nível nacional, e abertos à incorporação de outros sistemas.
Paralelamente, surgiu o Wero, sobre o original EPI, com funcionalidades praticamente idênticas e impulsionado por bancos da Alemanha, França e Bélgica, e com a mesma ambição de se expandir por toda a Europa.
Atualmente, os dois consórcios aproximaram-se e, de acordo com as fontes consultadas pelo El Economista, estão a explorar a possibilidade e a viabilidade de interligar as suas infraestruturas, por oposição à opção de criar uma estrutura comum.
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