Como já é sabido, Portugal vai manter-se em Estado de Emergência até, pelo menos, 1 de março. Com milhões de pessoas em casa, o acesso aos serviços digitais tem aumentado e o Governo tem medidas para limitar ou até mesmo bloquear o Netflix ou o YouTube.
Mas será que é mesmo necessário? As estatísticas revelam que se calhar não.
De acordo com o Decreto do Governo publicado ontem, plataformas como o Netflix, HBO ou YouTube podem ser suspensas ou limitadas durante o período de confinamento. Esta medida não é nova, mas volta a estar presente no Diário da República publicado este sábado.
O novo despacho entra em vigor “às 00h do dia 15 de fevereiro”, identificando os serviços de comunicações eletrónicas considerados críticos e os clientes considerados prioritários, a quem as empresas devem garantir a continuidade de serviços.
Como exemplo os serviços e organismos do Ministério da Saúde e as entidades prestadoras de cuidados de saúde integradas na rede do Serviço Nacional de Saúde, mas também ao Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), Ministério da Administração Interna, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Forças Armadas, polícias, serviços de apoio ao funcionamento da Presidência da República, da Assembleia da República e do Governo.
Segundo o diploma, a prioridade não é só no encaminhamento de tráfego, mas também a resolução de avarias e de perturbações: “As empresas que oferecem redes de comunicações públicas ou serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público devem dar prioridade à resolução de avarias e perturbações nas redes e serviços de comunicações eletrónicas” dos clientes classificados como prioritários.
Será que é necessário bloquear ou limitar o Netflix e YouTube em Portugal?
O GigaPIX é o Ponto de Troca de Tráfego (Internet Exchange Point) português promovido e operado pela FCT|FCCN.
Trata-se de uma plataforma de troca de tráfego neutral e sem fins lucrativos com o objetivo de melhorar a qualidade da interligação das redes IP em Portugal. Evita-se, desta forma, a utilização de recursos internacionais para trânsito de pacotes IP com origem e destino em Portugal.
De acordo com o ponto de tráfego GigaPIX, considerando o gráfico anual, o pico de ligações nunca ultrapassou os 89 Gbps.
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