A Starlink vai deixar de estar sozinha no espaço, uma vez que uma empresa da China planeia lançar 10.000 dispositivos para a órbita da Terra, no sentido de competir com a constelação de satélites de Elon Musk.
Em abril de 2024, a Starlink tinha no espaço cerca de 5874 satélites. Conforme é sabido, Elon Musk tem planos ambiciosos para uma constelação gigante de até 42.000 satélites na órbita baixa da Terra, para fornecer Internet em todo o mundo, especialmente em locais remotos.
Com o sucesso paulatino da Starlink, esta abordagem a partir do espaço parece ser promissora. A percebê-lo estará, em breve, a empresa chinesa Shanghai Lanjian Hongqing Technology Company ou Hongqing Technology, associada à fabricante privada de foguetões Landspace. A constelação chinesa chamar-se-á Honghu-3.
De acordo com a SpaceNews, a empresa apresentou o pedido de rede de satélites à União Internacional de Telecomunicações no dia 24 de maio.
Apesar de não circularem muitas informações relativamente à constelação, o plano relativo à Honghu será a terceira grande iniciativa de entidades chinesas para instalar constelações de satélites em grande escala no espaço.
Antes da constelação Honghu, terá havido duas outras grandes propostas chinesas de mega-constelações, nomeadamente o “plano nacional Guowang e o G60 Starlink apoiado por Xangai”.
A Hongqing Technology, sediada em Xangai, é conhecida pela sua tecnologia de propulsão Hall thruster. Xangai está a emergir como um centro de desenvolvimento espacial comercial, graças ao projeto G60 Starlink e à visão nacional global da China para uma infraestrutura líder de Internet por satélite.
Aliás, várias empresas de foguetões comerciais na China estão a preparar-se para lançar constelações de satélites em órbita: além da Landspace, também a Space Pioneer, a Galactic Energy, a iSpace, e outras, estão na corrida para concretizar estes projetos de lançamento.
Mais uma constelação de satélites no espaço
Com estas novidades vindas da China, a corrida para dominar o mercado da Internet por satélite parece estar a aquecer. No entanto, importa lembrar que a enorme frota de satélites representa uma ameaça significativa para a astronomia devido à poluição luminosa e à interrupção das observações. Isto, claro, além do aumento de lixo espacial, com satélites que, eventualmente, deixarão de funcionar.
Os astrónomos receiam que o brilho das constelações de satélites interfira com as observações do céu noturno, pois os satélites produzem riscas de luz que podem obstruir a visão das estrelas e de outros objetos celestes. Isto dificultará, também, a captura de fotografias nítidas do Universo. Além disso, dado o grande número de satélites, é provável que estes passem pelos campos de visão dos telescópios.
Com os milhares de satélites que se espera que se acumule na órbita baixa da Terra, o risco de colisões poderá aumentar significativamente nos próximos anos.