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E agora? 86% dos jovens portugueses são viciados nas redes sociais

As redes sociais são hoje uma realidade e um elemento da nossa vida. Estas plataformas causam vício, pois são também pensadas ao pormenor de forma a “agarrar” os utilizadores. Um estudo recente revela que 86% dos jovens portugueses são viciados nas redes sociais. E agora?


80% dos jovens prefere comunicar pelas redes sociais

Não é fácil inverter o cenário, até porque as crianças começam cada vez mais cedo a usar redes sociais. Segundo o estudo da Dove, 86% dos jovens portugueses admitem estar viciados nestas plataformas. Esta percentagem é um valor superior à média europeia (78%) e 90% já as utilizam desde os 13 anos.

O estudo revela também que 80% dos jovens prefere comunicar pelas redes sociais, em vez de pessoalmente.

Dois em cada cinco jovens reconhecem que as redes sociais têm impacto negativo na sua saúde mental “muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que assistem”, nomeadamente incentivos à automutilação (25%), e 90% já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos, revela o estudo. 45% dos que reponderam ao inquérito admitem que conteúdos observados incentivaram comportamentos de restrição ou distúrbio alimentar, 70% já consumiu informações que os incentivaram a utilizar de forma excessiva filtros nas suas fotografias e vídeos.

Três em cada quatro jovens revelam que viram conteúdos que mostravam “corpos perfeitos e irrealistas” e dizem concordar que as redes sociais têm o poder de os fazer querer mudar a sua aparência.

Do lado dos pais, o estudo revela também que 48% se sentem culpados por não estarem a proteger suficientemente bem os filhos daquilo que veem e ouvem diariamente online. 52% acredita que plataformas têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles enquanto pais e 40% confirma que os conteúdos têm impacto negativo na saúde mental dos filhos.

Em declarações à agência Lusa, o psicólogo Eduardo Sá afirmou que o estudo se limita “a tornar mais visível” aquilo que os pais, professores e os técnicos que trabalham com adolescentes observam, que é “um acesso franco, prolongado e ilimitado às redes sociais sem qualquer tutela por parte dos adultos”, que acaba por ter, em muitos aspetos, “um impacto francamente prejudicial na sua saúde mental”.

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