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Cloudflare apoia a IPTV e acusa a Europa de “não saber como funciona a Internet”

A Cloudflare decidiu posicionar-se contra uma tendência crescente na Europa, que é o bloqueio massivo e em tempo real de sites suspeitos de alojar ou facilitar a pirataria de conteúdos e a IPTV. Na sua opinião, longe de resolver o problema, estas medidas provocam graves efeitos secundários, afetando milhares de serviços legítimos.


Cloudflare muito crítica face à Europa e posição sobre IPTV

Com base na sua experiência como um dos maiores fornecedores de infraestruturas de internet do mundo, a empresa emite um alerta direto. Afirma que as autoridades europeias estão a tomar decisões sem compreender como funciona a internet na sua essência. Nos últimos anos, a Cloudflare tem sido uma das mais atingidas pelas ordens judiciais que visam plataformas piratas de IPTV.

A sua rede, partilhada por milhões de sites, tem sido alvo de bloqueios indiscriminados, tornando inacessíveis serviços não relacionados com a distribuição ilegal de conteúdos. Em alguns casos, estes bloqueios ocorreram simplesmente porque um endereço IP associado à Cloudflare correspondia ao de um serviço suspeito. A empresa considera esta prática injusta.

Na Europa este cenário tem sido constante. Ordens judiciais levaram a interrupções generalizadas em sites não relacionados com pirataria e bloqueios generalizados sem salvaguardas suficientes. Houve ainda a aplicação de restrições a serviços como o DNS público e as VPNs. Para a Cloudflare, esta abordagem é ineficaz e perigosa, especialmente quando um endereço IP é partilhado entre muitos utilizadores e serviços.

Europa mostra que não sabe como a Internet funciona

Bloqueá-lo significa cortar o acesso a milhares de sites de uma só vez. Esta crítica não é nova, mas tem vindo a ganhar força agora que alguns atores europeus tentam expandir este tipo de bloqueio a todo o continente. Ao contrário de outros operadores, a Cloudflare não se limita a criticar e também propõe soluções. Para começar, defende que o bloqueio seja apenas utilizado como último recurso e nunca aplicado a tecnologias essenciais ao funcionamento da internet, como o DNS global ou as VPN.

Insiste que todos os pedidos devem passar por uma verificação independente e que sejam estabelecidos mecanismos de transparência pública para detalhar quais os sites que foram bloqueados, porquê e durante quanto tempo. Outra exigência fundamental é a responsabilização. Quando um bloqueio massivo causa incómodos a serviços não relacionados com a pirataria , alguém deve ser responsabilizado.

As declarações da Cloudflare não significam que esteja a defender a pirataria, mas sim que reconhece que se trata de um problema real e que exige soluções. Ao recusar-se a cooperar com o bloqueio indiscriminado, envia uma mensagem clara de que não está disposta a sacrificar a arquitetura da internet para perseguir as plataformas ilegais. Indiretamente, acaba por beneficiar aqueles que oferecem conteúdos piratas através das redes de IPTV.

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