Pplware

IA consegue prever a ocorrência de ondas rebeldes usando dados de 700 anos

Embora sejam consideradas mito, a Inteligência Artificial (IA) conseguiu prever a ocorrência das chamadas ondas rebeldes com dados de 700 anos.


Na tradição marítima, as ondas rebeldes são consideradas mito. No entanto, sendo capazes de destruir navios e causar estragos em plataformas petrolíferas, podem, de facto, ser reais.

Cientistas das Universidade de Copenhaga e da Universidade de Victoria aproveitaram a IA para desbloquear uma fórmula que prevê a ocorrência desses monstros do mar. Para isso, aproveitaram dados de 700 anos.

Basicamente, é apenas muito azar quando uma dessas gigantes ocorre. Elas são causadas por uma combinação de muitos fatores que, até agora, não foram combinados numa única estimativa de risco.

No estudo, mapeámos as variáveis causais que criam ondas rebeldes e usámos AI para reuni-las num modelo que pode calcular a probabilidade de formação de ondas rebeldes.

Explicou Dion Häfner, ex-aluno de doutoramento do Instituto Niels Bohr e principal autor do estudo.

 

Estudo encontra forma de prever ocorrência de ondas rebeldes

O estudo apresenta um modelo matemático que decifra os padrões que decidem quando e como as rebeldes se materializam. Ao explorar grandes quantidades de dados sobre os movimentos oceânicos, os investigadores podem prever a probabilidade de encontrar estas monstruosas durante a viagem marítima.

O núcleo do modelo integra diversos dados sobre movimentos oceânicos, estados do mar, profundidades e informações batimétricas.

Os dados provenientes de boias estrategicamente posicionadas em 158 locais em todo o mundo, que recolhem dados contínuos 24 horas por dia, 7 dias por semana, contribuíram para um conjunto de dados que abrange mais de mil milhões de ondas. Este conjunto de dados abrange 700 anos, dando informações sobre a altura das ondas e o estado do mar.

A nossa análise demonstra que ondas anormais ocorrem o tempo todo. Na verdade, registámos 100.000 ondas no nosso conjunto de dados que podem ser definidas como ondas rebeldes. Isso equivale a cerca de uma onda rebelde a ocorrer todos os dias em qualquer local aleatório do oceano.

No entanto, nem todas são rebeldes de tamanho extremo.

Esclareceu Johannes Gemmrich, segundo autor do estudo, destacando a prevalência de ondas anormais.

Além disto, o estudo também esbate a crença de que as ondas rebeldes resultam, principalmente, da breve combinação de duas que roubam energia uma da outra. Em vez disso, os investigadores identificaram a “superposição linear” como o fator dominante.

Datado de 1700, este fenómeno ocorre quando dois sistemas de ondas se cruzam, reforçando-se brevemente.

Este estudo afeta, de forma particular, a indústria naval. O algoritmo desenvolvido pelos investigadores fornece uma ferramenta para as companhias de navegação avaliarem o risco de encontrarem ondas rebeldes (e violentas) ao longo das rotas planeadas, permitindo-lhes tomar decisões informadas e viajar de forma mais segura.

 

Leia também:

Exit mobile version