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Volkswagen poderá iniciar despedimentos em seis fábricas alemãs em 2025

A queda das vendas da Volkswagen e o comportamento do mercado estão a obrigar a empresa a ponderar uma série de cenários difíceis. Um deles poderá implicar despedimentos em seis das duas fábricas alemãs já a partir de junho de 2025.


A Volkswagen está a anular uma série de acordos laborais, incluindo uma garantia de emprego até 2029 em seis fábricas alemãs, aumentando a perspetiva de despedimentos a partir do próximo ano, segundo avançado pela imprensa.

A empresa comunicou que terão sido cancelados vários acordos ligados a um pacto de três décadas que deveria garantir o emprego até 2029. As garantias terminarão efetivamente em meados do próximo ano.

Esta decisão procura “reduzir os custos na Alemanha para um nível competitivo”, segundo o diretor de recursos humanos da Volkswagen, Gunnar Kilian, numa declaração do dia 10 de setembro.

Numa altura em que as fabricantes europeias de automóveis tentam competir com a Tesla e com as empresas oriundas da China, lideradas pela BYD, para uma transição acelerada para os veículos elétricos, as margens de lucro da Volkswagen estão a cair, como resultado, também, de um abrandamento das vendas.

A Volkswagen, que emprega cerca de 300.000 pessoas na Alemanha, defendeu os seus planos de encerramento de fábricas, afirmando que a diminuição das vendas de automóveis a deixou com cerca de duas fábricas a mais.

 

Trabalhadores e sindicatos não facilitarão despedimentos da Volkswagen

Metade dos lugares no conselho de supervisão da Volkswagen são ocupados por representantes dos trabalhadores. Além disso, o estado alemão de Lower Saxony, que detém uma participação de 20%, está muitas vezes do lado dos órgãos sindicais.

O negociador responsável do principal sindicato IG Metall, Thorsten Groeger, disse que os planos da Volkswagen podem resultar em custos adicionais não intencionais para a empresa de cerca de mil milhões de euros.

Além disso, afirmou que o fim das garantias implicará o aumento dos salários ao abrigo de acordos de negociação coletiva anteriores.

Anteriormente, a IG Metall já havia sugerido que poderia considerar a mudança para uma semana de quatro dias como uma alternativa, replicando uma iniciativa anterior de redução de custos na década de 1990.

Por sua vez, Daniela Cavallo, a principal representante dos trabalhadores da Volkswagen e membro do conselho de supervisão, assegurou que “vamos resistir ferozmente a este ataque histórico aos nossos emprego; connosco, não haverá despedimentos”.

Numa tentativa de contrariar a incerteza em torno dos acordos laborais, a Volkswagen afirma que está a oferecer-se para antecipar as negociações salariais. Estas negociações deveriam começar em meados ou finais de outubro, com possíveis greves a partir do final de novembro, mas a comissão de trabalhadores pediu que as negociações começassem antes.

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