A “guerra” entra as operadoras e a ANACOM está cada vez mais intensa. Depois do 5G, agora são as recentes revelações da ANACOM sobre a redução da qualidade e aumento do preço dos serviços da MEO, NOS e Vodafone que esta a causar tensão entre as empresas e o regulador.
As operadoras já vieram dizer que se trata de uma falsidade e a Vodafone admite mesmo que pode deixar de investir em Portugal.
Acionistas da Vodafone podem não apostar no nosso país
Mário Vaz, presidente da Vodafone Portugal, revelou esta terça-feira que está a ser muito difícil convencer os acionistas para se avançar para o 5G [apostando em Portugal]. Tal aconteceu depois de ter sido conhecido o regulamento para o leilão da rede de próxima geração.
Para o presidente da Vodafone Portugal, Mário Vaz, o ano de 2020 deveria ter sido um ano de avanço nas telecomunicações, mas esse momento não aconteceu, “em vez disso estamos num momento de litigância” e de contestação ao concurso do 5G lançado pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).
Num debate promovido pela Associação Empresarial de Comunicações de Portugal, o presidente da Vodafone referiu que este é…
um momento nunca antes visto de ataques ao setor conduzido por quem tem responsabilidade de promover o seu desenvolvimento. Estamos perante um ambiente desincentivador a esse investimento, estamos perante condições que obrigam os nossos acionistas a revisitar a sua aposta no nosso país
No entanto, os termos deste concurso “coloca em cheque imagem de um país visto como uma referência europeia no setor”, afirma Mário Vaz.
O presidente da Vodafone Portugal acusa a ANACOM de criar uma “realidade distorcida por inverdades” numa Europa que perdeu terreno desde o advento do GSM.
Segundo a Vodafone na Europa existem 400 operadores, 80 dos quais de grandes dimensões, o que compara com os Estados Unidos da América onde existem 3 operadores. Uma Europa onde as redes têm que se financiadas por fundos comunitários.
As críticas de Mário Vaz surgem horas depois do discurso do presidente da ANACOM na mesma conferência. João Cadete de Matos referiu que o leilão da rede 5G vai ser bom para um mercado concorrencial em Portugal. Isto porque a ANACOM pretende apostar num aumento de operadores com o objetivo de reduzir os tarifários.