Após ter sido reeleita em julho, Ursula von der Leyen prepara-se para dar início ao seu segundo mandato como presidente da Comissão Europeia. A líder alemã apresentou recentemente a sua nova equipa ao Parlamento Europeu, e não deixou de referir que tenciona reforçar as startups e a posição da Europa no panorama global da inovação.
Tal como há cinco anos, von der Leyen aproveitou a ocasião para traçar os principais objetivos do seu novo mandato, apresentando iniciativas que prometem moldar o futuro da União Europeia (UE). Entre elas, destaca-se a chamada “Bússola de Competitividade”, uma estratégia que visa reforçar a posição da Europa no panorama global da inovação.
von der Leyen quer reduzir a distância da UE em relação aos EUA
Inspirando-se no relatório de Mario Draghi, von der Leyen expressou a ambição de diminuir a lacuna entre a UE e os Estados Unidos na área da inovação tecnológica. No seu discurso, reconheceu que a Europa é competitiva na criação de startups, mas está a perder terreno no crescimento e consolidação destas empresas.
Estamos a fazer muito pior do que os nossos concorrentes.
Admitiu a presidente da Comissão. Para inverter esta situação, sublinhou a necessidade de colocar a investigação científica e a inovação tecnológica no centro da economia europeia. A estratégia passa por um aumento do investimento e por um foco mais assertivo no apoio às pequenas empresas.
O desafio das “27 barreiras nacionais”
Ursula von der Leyen apontou um dos principais entraves ao crescimento das startups europeias: as diferenças entre os mercados nacionais da UE. Enquanto as startups norte-americanas têm acesso a um mercado único e coeso, as europeias enfrentam 27 sistemas nacionais distintos, com obstáculos que dificultam o acesso ao financiamento e à expansão internacional.
Embora ainda não tenha detalhado como a nova Comissão planeia eliminar estas barreiras, é claro que o apoio às startups será uma prioridade. Neste contexto, será decisivo o papel de Ekaterina Zaharieva, a primeira comissária europeia dedicada exclusivamente às startups.
Outro ponto crucial será a abordagem regulatória da UE. Embora a Europa tenha conquistado um papel de liderança em regulações como a primeira legislação mundial sobre inteligência artificial (IA), as críticas internas apontam para o peso excessivo das regras sobre as empresas europeias.
Se queremos que a Europa recupere o atraso, temos de facilitar a vida às nossas empresas. Dizem-nos frequentemente que a carga regulatória é demasiado pesada.
Admitiu von der Leyen. Esta abordagem pode marcar uma mudança significativa para tornar a UE um espaço mais competitivo e ágil.
Leia também: