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Se um avião cair, qual será o melhor lugar para sobreviver?

Os aviões são o meio de transporte mais seguro do mundo. Sim, ouvimos vezes sem conta esta verdade! Mas voar provoca muito stress a muita gente, mesmo sabendo que o avião é seguro.

Para tornar este meio de transporte cada vez mais seguro, ao ponto de evitar mortes que aterrorizam o mundo, uma equipa de investigadores e engenheiros fez despenhar um Boeing 727. Veja, dentro de um avião que se despenha, quais seriam os lugares “mais seguros” para sobreviver.

Boeing 727 despenha-se no deserto de Sonora

Nunca um “fabricante” havia feito um teste com este impacto com os aviões que fabrica. Este teste foi elaborado por investigadores dedicados a perceber como poderão criar mais segurança nas aeronaves e para compreender quais as medidas de segurança que poderão ajudar os passageiros que venham a enfrentar um desastre aéreo.

No ano de 2012, no deserto de Sonora, no México, juntaram-se vários peritos, investigadores e engenheiros de vários países para medir tudo o que podiam do Big Flo, um Boeing 727 que foi adquirido por 450 mil dólares para fazer o seu último voo. A equipa estudou durante vários meses diversos cenários para levar o avião para o céu, pilotado por pilotos de elite, e recorreram à engenharia militar para conseguir pilotar remotamente o avião nos últimos minutos, após os pilotos abandonarem o avião, para o fazer despenhar.

Durante 14 minutos, um pequeno avião seguiu de perto o Boing 727 para o comandar até ao desastre final.

 

Avião monitorizado no interior para mostrar o impacto

Foram colocadas câmaras de alta resolução dentro da aeronave assim como crash test dummies. Além disso, foram colocados alguns sensores para medir vários outros dados do impacto e modificação da estrutura da aeronave.

O resultado de toda esta experiência deu para obter um conjunto de dados nunca antes captados e distribuídos por cada especialidade. Estes foram analisados ao pormenor para chegar a uma conclusão que pudesse explicar o que se passa dentro do avião quando este se despenha, que passageiros são mais afectados num desastre, que tipo de ferimentos pode sofrer um passageiro e como funciona a estrutura num momento tão marcante no mundo da aviação.

Esta experiência foi filmada e transformada num documentário do Channel 4, “The Plane Crash”. Este programa deu a conhecer vários testemunhos de pessoas que sobreviveram a um desastre e contam como tudo se passou. Para quem tem medo de voar, este vídeo poderá mostrar vários procedimentos que podem fazer toda a diferença. Claro, o que se pretende é que nunca possamos estar numa situação destas.

 

Se um avião cair, qual será a melhor lugar para sobreviver?

Diríamos que longe do desastre, certamente seria sempre a nossa escolha, mas fazendo parte dos passageiros, que área dentro do avião poderia receber menos impacto e causar menos feridos e mortes?

Como iremos ver no vídeo, cada acidente é diferente e traz danos estruturais diferentes, contudo há valores que interessam conhecer. As pessoas que viajam na parte de trás têm mais hipótese de sobreviver se for um acidente onde a aeronave embate com o solo praticamente com o trem de aterragem em posição de abordar o terreno.

Já a zona 1, perto do cockpit, sai, praticamente, totalmente destruída, isto porque a aceleração resultante é o equivalente a 12G.

Os passageiros que estavam no meio da aeronave, irão receber menos impacto do choque, contudo é registada uma aceleração de 8G. Só por si, esta deslocação da onda de impacto iria causar ferimentos. Estes danos poderiam impossibilitar as pessoas de se deslocarem, outras perderiam a consciência ou iriam mesmo falecer. Contudo, é uma zona que poderia ter sobreviventes, caso os materiais soltos não fossem igualmente motivo de dano físico, que é um dos factores muito apontado pelos investigadores.

Os passageiros nos lugares mais atrás, já irão receber menos impacto. A aceleração resultante é o equivalente a 6G. Estes, em relação a todos os outros mais à frente, terão mais hipóteses de sobreviver. Já no caso dos passageiros que viajavam na primeira classe, provavelmente não haveria sobreviventes.

Conforme pode ser visto, o vídeo mostra que depois do impacto os motores não pararam de imediato e os tanques de combustível não foram perfurados. Se um incêndio neste caso começasse na parte de trás, sítio onde estavam colocados os motores, o cenário seria outro.

 

Que danos foram mostrados nos dummies?

Como podemos ver nas imagens, foram usados vários bonecos de teste. Estes foram colocados em locais estratégicos. A análise aos dummies dão indicações aos engenheiros quanto à posição que deve ser adoptada em caso de emergência. Além de vários sinais visuais, os sensores mostram danos estruturais que nos humanos resultariam em fracturas e outros problemas, uns mais graves ou menos sérios. Contudo, os que se posicionaram de forma dobrada a proteger a nuca, foram os que sofreram menos com o choque.

Se alguns poderiam ter partido um pé ou a anca, devido a deslocações das cadeiras, outros, sem cinto, poderão ter mesmo sido sugados para debaixo da cadeira do vizinho e ter lesões irreparáveis. Assim, a recomendação continua a ser de adoptar a posição de emergência que os elementos da tripulação dão a conhecer e aconselham antes do avião levantar voo.

 

Melhorias da estrutura do avião

Embora a aeronave tenha ficado bastante destruída, ficou claro que suportou de forma consistente o choque, tendo contudo, partido em 3 partes. Os engenheiros conseguiram identificar vários pontos da concepção do avião que devem ser melhorados. Foram notados vários fios que se soltaram, tampas que voaram dentro da cabine, peças da estrutura do revestimento que se soltou e chocou com os passageiros e os acessos ao exterior que dificultam bastante a saída dos passageiros feridos, tal como foi visto no transporte dos dummies.

A boa notícia que foi retirada deste teste é que, segundo os dados, 78% dos passageiros desse acidente poderiam ter sobrevivido.

Jalopnik

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