Dezanove membros do Congresso estão a pressionar Mark Zuckerberg para que explique por que razão a Meta permitiu a exibição de anúncios de cocaína, ecstasy e outras drogas no Facebook e no Instagram. A carta surge depois de o Tech Transparency Project (TTP) ter descoberto centenas de anúncios deste tipo nas plataformas da empresa.
Meta deixa vender droga nas suas plataformas?
A carta aponta para o relatório do TTP do mês passado, que usou a biblioteca de anúncios da Meta para encontrar 450 anúncios no Instagram e no Facebook “a vender uma variedade de drogas farmacêuticas e outras”.
Muitos desses anúncios incluíam “fotografias de frascos de medicamentos sujeitos a receita médica, pilhas de comprimidos e pós, ou tijolos de cocaína”, e direcionavam os utilizadores para aplicações externas como o Telegram, onde é comum haver grupos desse tipo. Desde então, o TTP tem vindo a publicar exemplos adicionais de tais anúncios no X:
Aug 14: #MetaDrugAds of the day. One page named "Aussie Darkweb" is running an ad for apparent cocaine on Facebook, Instagram, and Messenger.
Notably, drug dealers don't need the dark web to push pills and powders when they can simply buy ads on Meta platforms. pic.twitter.com/wwz7voS8Qy
A carta direcionada a Zuckerberg e à sua empresa
A Meta parece ter continuado a fugir à sua responsabilidade social e a desafiar as suas próprias diretrizes comunitárias. O que é particularmente grave neste caso é que não se tratava de conteúdo gerado pelo utilizador na dark web ou em páginas privadas de redes sociais, mas sim de anúncios aprovados e rentabilizados pela Meta.
Muitos destes anúncios continham referências flagrantes a drogas ilegais nos seus títulos, descrições, fotografias e nomes de contas de anunciantes, que foram facilmente encontrados pelos investigadores e jornalistas do Wall Street Journal e do Tech Transparency Project utilizando a biblioteca de anúncios da Meta.
Escrevem os legisladores na carta, que é dirigida diretamente a Zuckerberg. Além disso, acrescentam que os anúncios foram ignorados pelos próprios processos internos da Meta.
A carta pede pormenores sobre as políticas da Meta para fazer cumprir as regras contra anúncios relacionados com drogas, bem como informações sobre o número de vezes que os anúncios foram vistos e interagidos. A carta dá à Meta o prazo de 6 de setembro para responder.
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