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Trabalhadores da Amazon em greve: “os robôs são tratados melhor que nós”

Os problemas laborais dentro da Amazon não são novos e são muitos os trabalhadores que lutam por melhores condições de trabalho. Aliás, nos EUA, a empresa faz parte da lista das empresas mais perigosas para se trabalhar, principalmente pelo crescente número de acidentes laborais registados no ano passado.

Agora, pela primeira vez, os trabalhadores da Amazon no Reino Unido, fizeram greve alegando que até os robôs do armazém são mais bem tratados do que as pessoas.


Os trabalhadores sindicais da Amazon no Reino Unido estão em greve pela primeira vez por causa dos salários e do que chamam de condições de trabalho “severas”. Foi rejeitado por eles, aquilo que a empresa considerou como aumento salarial de £ 0,50 e exigem um salário de £ 15 (cerca de 17 €) à hora, sendo que o valor ronda as £ 11,45.

Uma maioria de 98% dos trabalhadores sindicais da GMB no centro de atendimento da Amazon em Coventry votou a favor da paralisação “histórica” ​​e anunciou uma data de greve para 25 de janeiro no início deste ano. Dos 1.000 trabalhadores da fábrica, 300 são sindicalizados.

A Amazon disse em comunicado que o tamanho da greve é ​​”apenas uma fração de 1%” dos seus funcionários no Reino Unido. Acrescentou que os salários aumentaram 29% desde 2018 e que fez um pagamento único de £ 500 para ajudar os trabalhadores com a inflação.

Os funcionários também recebem benefícios abrangentes que valem milhares a mais – incluindo seguro médico privado, seguro de vida, refeições subsidiadas e desconto para funcionários, para citar alguns.

No entanto, dois funcionários entrevistados pela BBC disseram que a oferta da Amazon em agosto passado de um pequeno aumento salarial entre £ 10,50 e £ 11,45 por hora foi um “smack in the mouth” (“um murro na boca”, numa tradução à letra) considerando os lucros da empresa e a alta inflação.

Essas pessoas trabalharam durante dois anos durante a pandemia, viram as ações da Amazon dispararem, viram os lucros se tornarem inimagináveis

| disse Darren Westwood à BBC.

Entre as reivindicações, foi também criticada a cultura de trabalho da empresa, e referido mesmo que “os robôs do armazém da Amazon são tratados melhor” que os trabalhadores. Westwood disse que os funcionários são monitorizados constantemente e questionados sobre qualquer tempo parado de alguns minutos. Além disso, para que possam ganhar mais dinheiro, existem muitos funcionários a trabalhar mais de 60 horas por semana.

Note-se que a Amazon é uma das grandes empresas que já anunciou cortes de empregos, com a demissão de perto de 18 mil funcionários.

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