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Terá Elon Musk evitado uma guerra nuclear entre a Rússia e a Ucrânia?

Elon Musk tem muitos títulos. É o diretor executivo da Tesla e SpaceX, e é proprietário da empresa de comunicação social X. Além disso, de acordo com um excerto da sua biografia, também impediu uma guerra nuclear entre Rússia e Ucrânia – uma afirmação a que renunciou.


 

De acordo com o excerto do último livro de Walter Isaacson, publicado no Washington Post, Musk desativou as redes de comunicação por satélite da sua empresa Starlink, que estavam a ser utilizadas pelo exército ucraniano para atacar furtivamente a frota naval russa em Sevastopol, na Crimeia.

O exército ucraniano estava a usar a Starlink como guia para atingir os navios russos e atacá-los com seis pequenos “drones submarinos” carregados de explosivos. Musk impediu este ataque e os submarinos “perderam a conetividade e foram levados para terra inofensivamente”, diz Isaacson.

 

Porém, Elon Musk diz o contrário

Numa publicação no X, o CEO da SpaceX afirmou que a Starlink não estava ativa na região da Crimeia e que a SpaceX não desativou a sua rede.

Esclareceu ainda que, embora tenha havido um pedido das autoridades governamentais para ativar a Starlink na região onde o ataque à Rússia estava prestes a ter lugar, não concordou com o pedido.

Nesse caso, a SpaceX seria explicitamente cúmplice de um grande ato de guerra e da escalada de um conflito.

Afirmou no seu post.

O esclarecimento de Musk levanta dúvidas sobre o que foi dito no livro de Isaacson. Isaacson, que já escreveu biografias sobre Steve Jobs e Albert Einstein, seguiu Musk durante meses para escrever a sua biografia.

O esclarecimento de Musk surgiu depois de Mykhailo Podolyak, conselheiro do chefe de gabinete do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, ter dito num post no X:

Ao não permitir que os drones ucranianos destruíssem parte da frota militar russa (!) através da interferência da #Starlink, @elonmusk permitiu que esta frota disparasse mísseis Kalibr contra cidades ucranianas. Como resultado, civis e crianças estão a ser mortos.

 

A Starlink permitiu à Ucrânia lutar e manter-se ligada

As associações de Musk com a Ucrânia começaram quando os seus sistemas de comunicação foram interrompidos pela Rússia logo antes de uma invasão em grande escala em fevereiro de 2022. Depois de Zelenskyy e outros ministros ucranianos solicitarem, Musk forneceu ao país milhões de dólares em terminais de satélite Starlink, que se tornaram uma parte crítica do arsenal da Ucrânia para realizar operações militares.

A Ucrânia tem estado a pagar à Starlink uma taxa mensal de 2.500 dólares por cada terminal que utiliza. É mais do que os 110 dólares por mês que a SpaceX cobra aos utilizadores normais da Starlink, o que perfaz uma fatura mensal de 3,25 milhões de dólares.

 

Mais de 100 mil antenas parabólicas enviadas para a Ucrânia em 2023

Embora Musk estivesse a apoiar a Ucrânia devastada pela guerra, acreditava que era imprudente para a Ucrânia lançar um ataque à Crimeia, que a Rússia tinha anexado em 2014, afirma Isaacson no seu livro. Musk decidiu desativar a Starlink na zona quando falou com o embaixador russo nos Estados Unidos, que lhe garantiu que os russos responderiam com um ataque nuclear se o ataque se concretizasse.

Agora tornou-se claro que Musk não podia ter compreendido até que ponto se iria envolver na guerra. “Como é que eu estou nesta guerra?”, disse Musk a Isaacson.

A Starlink não foi concebida para estar envolvida em guerras. Era para que as pessoas pudessem ver Netflix, relaxar, ficar online para a escola e fazer coisas boas e pacíficas, não ataques de drones.

A biografia, intitulada “Elon Musk”, tem lançamento previsto para 12 de setembro.

 

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