No início deste mês, o “conhecido” criminoso Redoine Faïd escapou de uma prisão francesa usando um helicóptero. Três cúmplices armados aterraram a aeronave no pátio do estabelecimento prisional de Réau, em Seine-et-Marne e retiraram Redoine Faïd da sala de visitas. Não se registam feridos.
As informações estão a dar conta que além de usar um helicóptero, o gangue terá recorrido a drones para “estudar” o sistema de segurança da prisão.
De acordo com o Ministério da Justiça francês, o drama acabou em apenas “alguns minutos”. O helicóptero foi levado para um ponto a 60 quilómetros de distância, onde um carro os esperava.
Este é o vídeo que mostra o momento em que se evadiu do estabelecimento prisional num helicóptero:
Mais tarde, descobriu-se que o helicóptero havia aterrado numa parte da prisão que não possuía redes anti-voo, uma vez que era normalmente usado apenas por visitantes.
Drones espiava os pontos fracos da prisão
Nicole Belloubet, ministra da Justiça da França, revelou na segunda-feira que os investigadores suspeitam que drones equipados com câmaras podem ter sido usados pelo gangue de Faïd para missões de reconhecimento, antes do audacioso plano de fuga.
Drones foram vistos a sobrevoar a prisão várias vezes nos últimos meses, levando as autoridades a sugerir um possível vínculo com a fuga.
Alguém identificou essa possível saída, e isso poderia ter sido feito recorrendo a drones.
Referiu a ministra.
Faïd estava a cumprir 25 anos pelo assassinato de um policia durante um assalto em 2010. Antes disso, cumpriu pena de prisão por assaltos à mão armada a bancos e viaturas que transportavam dinheiro. E não é a primeira vez que ele lança uma fuga espetacular. Em 2013, Faïd escapou de uma prisão diferente usando explosivos para explodir a sua saída. Ele foi capturado seis semanas depois.
Está já no terreno uma caça ao homem com centenas de agentes mobilizados para apanhar este criminoso.
Drones e prisões
Embora tenhamos ouvido muitas histórias sobre os drones domésticos usados para transportar contrabando para as prisões, é a primeira vez que nos deparamos com um caso em que estes dispositivos voadores podem ter sido usados para investigar uma prisão para ações de fuga.
Os quadricópteros e afins são um problema crescente para as prisões, pois estas pequenas máquinas são capazes de voar diretamente para o terreno prisional com pouca dificuldade.
A exemplo disso há o caso em 2017, onde um gangue de drones foi preso no Reino Unido por fazer voar contrabando – incluindo drogas, armas e telefones – no valor de 1,3 milhões de dólares em cinco prisões diferentes em cerca de 50 ocasiões durante dois anos. Uma série de soluções de alta tecnologia têm sido testadas, mas a implementação em larga escala de um determinado sistema ainda está para acontecer.