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Tecnologia V2X: plano de segurança dos EUA quer que os carros “falem” uns com os outros

O Departamento dos Transportes dos Estados Unidos da América (EUA) apresentou um novo plano de segurança rodoviária a nível nacional, por via do qual os automóveis comunicarão entre si. A tecnologia Vehicle-to-everything (V2X) poderá evitar centenas de milhares de acidentes, segundo estimado.


A Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos EUA estima que 40.990 pessoas morreram em acidentes de viação, em 2023. Na União Europeia (UE), embora este número caia para mais de 19.917 pessoas, de acordo com dados de 2021 do gabinete de estatísticas europeu, citados pela Euronews, este é, também, um problema.

Considerando os números americanos, o Departamento dos Transportes dos EUA apresentou um plano de segurança rodoviária que permitirá que os automóveis comuniquem entre si. A agência espera que a implantação generalizada da tecnologia V2X aumente o seu “compromisso de prosseguir uma abordagem abrangente para reduzir a zero o número de mortes nas estradas”, conforme citado pelo Engadget.

O Departamento alcançou hoje um marco importante na definição de um plano nacional para o setor dos transportes que tem o poder de salvar vidas e transformar a forma como viajamos. O Departamento reconhece os potenciais benefícios de segurança do V2X e este plano vai aproximar-nos da adoção nacional desta tecnologia.

Disse Pete Buttigieg, secretário dos Transportes, num comunicado.

Embora o plano seja destinado aos EUA, a verdade é que, caso seja bem-sucedido, pode ser replicado noutras partes do mundo, incluindo em países da Europa, pela União Europeia, por exemplo.

 

V2X será logisticamente exigente, mas deverá ter resultados importantes

Conforme explicado pela NPR, a tecnologia V2X permite que os veículos se mantenham em contacto uns com os outros, bem como com o meio, isto é com peões, ciclistas, outros utilizadores da estrada e infraestruturas à beira da estrada.

Mais do que isto, permite-lhes partilhar informações, como a sua posição e velocidade, e as condições da estrada, em situações de fraca visibilidade, como nas curvas, e em situações de nevoeiro intenso.

O Departamento dos Transportes dos EUA explicou que as implantações da tecnologia em menor escala em todo o país demonstraram benefícios de segurança. Nestes incluem-se, por exemplo, a possibilidade de evitar centenas de milhares de acidentes e atenuar o impacto das colisões que ocorrem, reduzindo a velocidade do impacto.

Entretanto, no Plano Nacional de Implantação da V2X, o departamento americano explicou que uma adoção à escala nacional exigirá uma série de tecnologias móveis, de bordo e de estrada que possam comunicar de forma eficiente e segura, protegendo simultaneamente as informações pessoais das pessoas.

Este plano é um primeiro passo vital para a realização de todo o potencial de salvamento desta tecnologia – tecnologia que poderia evitar até 615.000 acidentes.

Partilhou Jennifer Homendy, presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (em inglês, NTSB), informando que este determinou que a implantação da V2X poderia ter evitado muitos acidentes fatais nas últimas décadas.

O lançamento do V2X foi sendo adiado pela “incerteza regulatória”, segundo John Bozzella, presidente e diretor-executivo da Alliance for Automotive Innovation, um grupo comercial de fabricantes. Na sua perspetiva, “este é o botão para reiniciar”.

O calendário para o plano do Departamento dos Transportes estende-se até 2036. Nessa altura, o V2X já deverá estar implementado em todo o Sistema Nacional de Auto-estradas, para que as 75 principais áreas metropolitanas tenham a tecnologia ativada em 85% dos cruzamentos sinalizados e para ter 20 modelos de veículos com capacidade V2X.

A curto prazo, até 2028, o departamento americano pretende ter a tecnologia instalada em 20% do Sistema Rodoviário Nacional e em 25% dos cruzamentos sinalizados nas principais áreas metropolitanas.

Para o sucesso do plano, o departamento depende, na sua opinião, da Comissão Federal de Comunicações, dos fornecedores das fabricantes de automóveis, das empresas que operam transporte de mercadorias e dos criadores de aplicações.

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