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Stephen Hawking deixa herança de conhecimento ao mundo

O físico Stephen Hawking celebrou recentemente 76 anos, uma vida de luta contra uma doença degenerativa, Esclerose Lateral Amiotrófica, diagnosticada quando tinha apenas 21 anos. Há 33 anos os médicos aconselharam a desligar-lhe o suporte de vida, mas não era o momento.

Morreu nesta quarta-feira, dia 14, na sua residência, na cidade inglesa de Cambridge. A família enviou uma declaração oficial à imprensa a confirmar a morte do físico e cosmólogo. Lucy, Robert e Tim, os seus filhos, afirmaram que Hawking era “um grande cientista e um homem extraordinário cujo trabalho e legado viverão por muitos anos”.


Stephen Hawking… um génio enclausurado num corpo

Em dia de aniversário de Albert Einstein, vemos partir uma mente considerada como uma das mais brilhantes da história da ciência, que deixou grandes contribuições à comunidade científica, com teorias como a do espaço-temporal e do funcionamento dos buracos negros, a partir das quais conseguiu aproximar o público de temas que poderiam parecer complexos para muitos.

Stephen Hawking nasceu em 1942, no aniversário de 300 anos da morte de Galileu, Hawking realizou o seu trabalho académico nas universidades britânicas de Oxford e Cambridge. Autor de best-sellers como Uma Breve História do Tempo e O Universo numa Casca de Noz, o cientista foi responsável por popularizar a física teórica para um público leigo.

 

A ciência é o “Deus” que tudo explica

Hawking, por diversas vezes, afirmou ser ateu. Neste caso, Deus seria uma espécie de limitação, ou seja, as pessoas só saberiam aquilo que Ele sabe. A diferença entre a religião e a ciência, de acordo com este homem, é que a primeira é baseada numa autoridade, enquanto a segunda funciona a partir da observação e da razão.

Eu acredito que o universo é regido pelas leis da ciência. A ciência triunfará porque funciona.

 

Os extraterrestres “existem”…

Stephen Hawking acreditava na existência de formas inteligentes de vida, não apenas microbianas, noutros lugares do universo. Tanto que lançou um programa de 100 milhões de dólares cujo objetivo era procurar uma civilização extraterrestre.

Tivemos também cá um pouco da sua lucidez.

O físico, que protagonizou uma agradável surpresa na abertura da Web Summit, com um depoimento muito otimista sobre o impacto da robótica e da inteligência artificial no futuro da humanidade, afirmou corajosamente que os humanos precisarão deixar a Terra para sobreviver.

Numa declaração recente, Hawking alterou as estimativas anteriores desta linha do tempo dizendo que os humanos devem deixar a Terra dentro de 600 anos.

Sobre o assunto da inteligência artificial, havia uma forte posição de defesa da raça humana.

O desenvolvimento da inteligência artificial pode ser o fim da raça humana.

Por sofrer de esclerose lateral amiotrófica, que compromete o funcionamento do sistema nervoso, o cosmólogo contava com a tecnologia para se comunicar.

Especialistas da Intel e da Swiftkey criaram um sistema que, por meio do teclado de um software para smartphone, aprendia como Hawking pensava e sugeria palavras que ele queria usar em seguida. O desenvolvimento dessa tecnologia envolveu inteligência artificial, o que impressionava e assustava o cientista ao mesmo tempo.

A tecnologia relacionada com a inteligência artificial chegou a um ponto no qual a disposição desses sistemas é possível em questão de anos, não décadas, e as expectativas são altas: as armas autónomas foram descritas como a terceira revolução para as guerras, após a pólvora e as armas nucleares.

Referiu Hawking a centenas de outros cientistas, numa carta aberta, sobre as consequências deste tipo de tecnologia.

 

Viajar no tempo não é nada impossível

Num artigo escrito para o Daily Mail em 2010, Hawking revelou que, durante muito tempo, evitou falar sobre viagem no tempo por receio de ser rotulado de louco. Mas com o passar dos anos, deixou essa abordagem de lado. “Eu sou obcecado com o tempo. Se eu tivesse uma máquina do tempo, eu visitaria a Marilyn Monroe nos seus dias de glória ou iria atrás de Galileu enquanto ele construía o seu telescópio. Talvez eu até viajasse para o fim do universo para descobrir como a nossa história cósmica termina”, escreveu.

A ideia de viagem no tempo não é tão louca quanto parece.

Sobre esta temática, provavelmente das últimas a abordar, esta semana, Stephen Hawking respondeu a uma das perguntas que todos nós fazemos: O que é que havia antes do Big Bang?

 

O Big Bang que começou tudo…

Sempre que os cientistas falam acerca da origem do Universo, ouvimos sempre a mesma coisa… “Tudo começou com o Big Bang”. E a partir daí o Universo evoluiu. Formaram-se as partículas subatómicas, os átomos, as moléculas, as estrelas, os planetas e neste momento o Universo está a expandir.

Há dezenas e dezenas de outros temas que foram abordados por esta mente brilhante.

Nós somos uma espécie avançada de macacos num planeta menor de uma estrela mediana. Mas nós conseguimos entender o Universo. E isso torna-nos muito especiais.

O objetivo de Hawking era obter a compreensão total do Universo, como os motivos de ele ser como é e a razão de ele existir. A dica do cientista para as pessoas era olhar para as estrelas e não para baixo, para os próprios pés.

Tente encontrar sentido no que vê, e interrogue-se sobre o que faz o Universo existir. Seja curioso.

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