Há histórias que parecem filmes saídos de uma realidade paralela. Como exemplo, num caso que nos chega do Japão, um Stalker usou imagens tiradas com excelente definição, partilhadas numa rede social. Depois, cruzou-as com imagens do Google Street View e perseguiu e agrediu uma cantora da qual era fã.
Segundo as suas declarações, o homem fez um verdadeiro trabalho de investigação para conseguir aproximar-se da jovem cantora pop.
Reflexo no olho captado por uma selfie revela localização de cantora
Um homem japonês de 26 anos está acusado de perseguir e abusar sexualmente de uma cantora pop. Segundo afirmou à polícia, este “fã” conseguiu localizar a vítima através do reflexo nos seus olhos que apareceu numa foto.
Após ser preso, o homem de 26 anos — identificado pela polícia como Hibiki Sato, que se declara um grande “ávido fã da artista” — contou que analisou minuciosamente uma selfie que ela postou nas redes sociais. Com o propósito de recolher informação útil, a imagem foi ampliada e estudada detalhadamente. O detalhe permitiu assim que o atacante visse nos olhos da vítima que esta estava a fotografar-se numa estação de comboios.
Através do serviço Google Street View, que tem disponíveis imagens de ruas e pontos de referência ao redor do mundo, foi feito um cruzamento das imagens obtidas.
De acordo com a imprensa, que também analisou os vídeos que ela gravou no seu apartamento, foram conseguidos pormenores reveladores. Imagens como a posição das cortinas e a direção da luz natural que entrava pela janela — levou a que o homem triangulasse imagens para tentar determinar a morada da cantora.
Após ter algumas pistas, o homem passou a frequentar a estação que determinou ser onde a jovem se fotografou. Assim, algum tempo depois, conseguiu encontrar a cantora de 21 anos. Segundo a polícia, na noite de 1 de setembro, o Stalker seguiu a cantora até à sua casa e molestou-a.
Detetive virtual
Este caso está a levantar algum debate em torno da ameaça da “perseguição virtual”. De acordo com informações, este ataque levanta questões sobre os riscos inconscientemente assumidos pelos utilizadores das redes sociais que publicam fotos em alta definição a documentar as suas vidas.
Tal como já havíamos explicado, as imagens atualmente trazem incorporadas muitas informações “invisíveis”. Isto é, há pormenores nas imagens que passam despercebidas ao crivo do autor. Imagens que mostram indícios das suas posses, sítios que frequenta, horários que está fora de casa, alturas do ano que deixa a casa sem ninguém, hábitos de vida e outros dados digitais.
Sobre os dados digitais, como podemos ver aqui, são informações que os dispositivos modernos incorporam nas fotografias. Junto a uma imagem podem estar a sua localização geográfica (coordenadas GPS), data e hora da captação, tipo de dispositivo usado e outras informações igualmente reveladoras.
Não faltam exemplos pelo mundo fora
Se usar o seu smartphone para captar uma imagem, este irá agregar toda a informação atrás revelada. Se a partilha for feita numa plataforma que não “limpe” estes dados, poderá estar a revelar muito sobre si, sobre os seus filhos ou sobre a sua profissão.
Certa imprensa usa e abusa dos detalhes das imagens que as figuras públicas publicam (por vezes com relevações intencionais). Assim, tudo o que é mostrado é estudado ao pormenor. Portanto, quem faz esse tipo de publicações tem a obrigação de se proteger.
Apesar de todo este trabalho de perícia, Hibiki Sato foi preso no dia 17 de setembro acusado de atacar Matsuoka. De acordo com a imprensa nipónica, a cantora faz parte do grupo de J-pop Tenshitsukinukeniyomi. Contudo, este caso não é o único de abuso por fãs-stalkers.