Depois dos rumores que davam conta da intenção de venda do segmento de computadores portáteis Vaio da Sony, nomeadamente à Lenovo, e depois da empresa vir desmentir essa informação, sem com isso remover qualquer hipótese de uma possível venda, a Sony comunica hoje reestruturações importantes no seio da empresa.
A nova estratégia passa não só pela venda do negócio de computadores, incluindo a marca Vaio, como também por mudanças na divisão de televisores.
A venda do negócio dos computadores sob a marca Vaio será feita a um fundo de investimento japonês, Japan Industrial Partners (JIP). Assim, a Sony prepara-se para abandonar em definitivo o fabrico de PCs onde estava presente desde 1996.
Esta estratégia surge, segundo a marca, depois de uma análise detalhada aos vários factores que envolvem o negócio. Concretamente, deve-se às mudanças na indústria global de PCs que têm vindo a ser fragilizadas com a expansão de outros segmentos, nomeadamente dos dispositivos móveis, aos quais a empresa pretende passar a dar atenção especial.
Contudo, as previsões dos resultados para o ano fiscal de 2014 indicam que a empresa poderá perder 110 mil milhões de ienes, qualquer coisa como 800 milhões euros, motivada pelo segmento de PCs e TVs, e que se tem vindo a repercutir ao longo aos anos.
Os valores monetários envolvidos no negócio ainda não foram divulgados, mas a Sony espera que até ao final mês de Março (do presente ano) haja um acordo definitivo com a JIP, ficando o negócio concluído até ao final de Julho.
A nova empresa, que tomará conta da marca Vaio, numa fase inicial deverá dedicar-se à venda de PCs em contexto doméstico e empresarial apenas no mercado japonês, de forma a optimizar os seus canais de vendas e escala de operações, avaliando possíveis expansões geográficas.
Relativamente ao segmento de televisores, a Sony irá passar a geri-lo de forma independente, já a partir de Julho, passando a apostar predominantemente no segmento de TVs de gama alta e TVs que respondam a necessidades específicas de alguns mercados.
Estas alterações no seio da empresa poderão ser acompanhados pelo despedimento de cerca de 5000 trabalhadores espalhados pelo mundo, reduzindo assim os custos em cerca de 730 milhões de euros.