A empresa correu atrás dos seus interesses e lançou originalmente o Firefox OS com o intuito mais profético de democratizar o smartphone. Cortar as amarras das plataformas fechadas, com apps controladas e oferecer um sistema aberto, baseado na web onde toda e qualquer pessoa poderia trabalhar.
Infelizmente, esta visão estaria condenada a fracassar. A empresa anunciou que deixa de comercializar os smartphones com Firefox OS. Morreu o projecto Smartphone… mas o Firefox OS ainda vive!
Em Fevereiro de 2013 aparecia a primeira versão do software e ainda foram vários os dispositivos que adoptaram este SO, como por exemplo o Geeksphone Revolution que analisamos. O trabalho que foi desenvolvido não será, para já pelo menos, arquivado e arrumado numa estante, há vários, como por exemplo a panasonic anunciou a sua utilização nas TVs 4K. Há portanto mercado ainda para aproveitar todo o conhecimento adquirido enquanto o projecto esteve no activo.
Embora esta tomada de decisão seja triste, não é de todo surpreendente e sabemos a razão. O Firefox OS nunca conseguir entrar (com força) nalgumas áreas e regiões, em particular em África e América do Sul, onde nunca foi especialmente popular e onde os mercados garantem alguma sustentabilidade.
Preço deixou de ser vantagem
No início, a questão do preço era um trunfo, mas rapidamente esse argumento foi evaporado. Hoje é trivial vermos um smartphone Android ou um Windows Phone abaixo dos 100 euros. O argumento, um pouco utópico, diga-se de passagem, de oferecer uma plataforma web mais “livre” também não convenceu.
Embora a plataforma esteja a melhorar “mas sempre aos trambolhões”, ainda não é tão simples como usar as plataformas da concorrência. Os utilizadores queixavam-se de alguma lentidão, poucos recursos e os programadores das apps não tiravam o devido proveito e vantagens do sistema operativo, mesmo sendo web queremos que funcionem nativos e estáveis o mais possível.
Ajustar à realidade do mercado
O mercado mudou. Esta realidade levou a Mozilla a ir redimensionando alguns dos seus projectos menos essenciais. Inclusive, está já à procura de quem tome o controlo do cliente de mail Thunderbird, por exemplo.
Na verdade, o facto de este produto ter falhado, o Firefox OS nos smartphones, poderá ajudar a Mozilla a concentrar-se naquilo que realmente ela sabe fazer: um bom navegador, plugins de excelente qualidade, publicidade bem conseguida, pouco intrusiva e eficaz, além de outros recursos que o mercado pode necessitar a par destes já populares e que mantêm a empresa ainda com a cabeça fora de água.