Veio hoje a lume uma notícia que pode contribuir para um ainda maior mal-estar no seio da multinacional coreana Samsung que refere que nas fábricas onde se produzem os leitores de DVD e alguns modelos de telemóveis da marca não se cumprem as legislações mais básicas relativamente aos Direitos do Trabalho, com especial destaque para o facto de empregar menores de 16 anos para desempenhar funções laborais.
O relatório que conclui tais observações foi lançado pela China Labor Watch, uma organização de controlo das condições de trabalho, e menciona a fábrica sob alçada da Samsung, a HEG Electronics, como uma empregadora abusiva de menores de 16 anos que inclui o trabalho de horas excessivamente longas. Este relatório foi elaborado por um membro da China Labor Watch que trabalhou infiltrado na HEG durante algum tempo e chega mesmo a relatar que as crianças enfrentam as mesmas “condições adversas” como os adultos mas com um vencimento bem menor. Segundo esta agência de controlo de trabalho, dos 2000 empregados todos são sujeitos à obrigação de trabalhar entre 11 e 13 horas por dia com uma pausa, imagine-se, de 40 minutos para comer. Ainda neste relatório é mencionada a qualidade da comida e as condições do dormitório: degradantes.
A Samsung já reagiu a esta notícia e declarou “A Samsung Electronics realizou duas inspecções separadas sobre as condições de trabalho da HEG este ano, mas não encontrou qualquer irregularidades nessas ocasiões“, através de um porta-voz à CNET. Ainda segundo os próprios “Uma equipa de inspectores da Samsung da Coeria do Sul serão enviados da sede para Huizhou, na China, lançando uma investigação imediata de forma a tomar medidas adequadas para corrigir quaisquer problemas que possam vir à tona. A Samsung Electronics é uma empresa que se regula pelos mais altos padrões de condições de trabalho e tentamos manter isso nas nossas instalações e nas instalações de empresas parceiras em todo o mundo. ”
Este relatório vem na mesma direcção do relatório da mesma organização prévio que denunciava a Apple, via Foxconn, a sua parceria de fabricação do iPad e do iPhone, de condições sub-humanas e pagamentos miseráveis que levaram ao suicídio de vários trabalhadores e à tomada de atitude para a melhoria das condições.