A RTP quer mais dinheiro e a estratégia passa por incluir publicidade na TDT, concretamente nos canais RTP3 e Memória, e também aumentar a taxa audiovisual.
A revelação foi feita pelo presidente da estação de televisão pública, Gonçalo Reis, que refere que a RTP está a cumprir orçamentos rigorosos e a prestar mais serviço público.
Em entrevista ao PÚBLICO, Gonçalo Reis diz não recear a entrada dos dois novos canais na TDT mas pretende que a RTP3 e RTP Memória passem a ter publicidade.
Portugal: Televisão Digital Terrestre (TDT) vai passar a ter nove canais
Questionado sobre a taxa do audiovisual, que atualmente é de 2,85 euros, Gonçalo Reis diz que “a RTP tem uma estabilidade financeira rara: tem tido resultados operacionais positivos de dez milhões de euros, resultados líquidos marginalmente positivos, uma estabilidade da dívida com um padrão historicamente baixo para a RTP de 100 milhões de euros (60% são do edifício sede).
O financiamento da RTP é dos mais baixos da Europa. Até a Grécia, a Bósnia ou a Macedónia têm recursos superiores para o audiovisual. Nos últimos anos, com esforço, sacrifício e empenho interno, a RTP lançou novos canais na TDT, abriu os arquivos históricos, aumentou o apoio ao cinema e produção independente, e à divulgação de áreas culturais. Actuando numa situação de concorrência, de mercado, em que as exigências são crescentes, a RTP tem de ter os meios…”.
O presidente da RTP diz ainda estar atento às “mexidas na TV” e revela que a estação está atenta. No entanto, defende que “Não vamos entrar em aventuras emocionais nem fazer apostas demasiado fortes no entretenimento que sacrifiquem as nossas responsabilidades globais de diversidade e qualidade. Traduzindo: não vamos gastar dinheiro numa apresentadora especialíssima, de maneira que coloque em causa a produção de documentários, de programas sobre conhecimento ou ciência”.