Depois de vários meses em alta, o mercado das criptomoedas parece ter abrandado. Para se ter uma ideia, em dezembro de 2017 a moeda virtual Bitcoin chegou a valer 19 mil dólares e atualmente o valor não chega aos 10 mil dólares.
Por outro lado, o consumo de energia da rede Bitcoin tem vindo a aumentar significativamente à escala mundial. De acordo com informações recentemente disponibilizadas, a “rede” Bitcoin já consome mais energia que Portugal inteiro.
Há cada vez mais utilizadores no mundo a minerar bitcoins, assim é normal que o consumo de energia, associado à rede Bitcoin, tenha também aumentado. Segundo dados do site Digiconomist, atualmente a rede Bitcoin está a consumir 50,40 terawatt por hora (Twh). A rede bitcoin representa já 0,23% do consumo mundial de energia.
Rede Bitcoin já consome mais energia que Portugal
Comparando com o consumo de energia por país, a rede bitcoin já ultrapassa países como o Iraque, Singapura e até Portugal. No nosso país, onde existem cerca de 10 milhões de habitantes, o consumo de energia é atualmente de 49,8 TWh/ano.
Consumo de energia da rede Bitcoin por país
O ciclo contínuo de mineração de blocos tem vindo a incentivar pessoas por todo o mundo. Como a mineração pode garantir alguma receita (interessante), as pessoas têm estado dispostas a ter super máquinas e a gastar energia para conseguir tirar algum rendimento.
O que é a Mineração de Bitcoin?
Mineração de Bitcoin é o processo de adicionar registos de transações ao livro razão público do Bitcoin, que armazena transações passadas (tudo o que precisa saber sobre este assunto está neste artigo). Este livro razão é chamado de “BlockChain” pelo facto de ser uma cadeia de blocos de transações/registos. O BlockChain serve para confirmar transações para o resto da rede ter conhecimento. A rede Bitcoin usa o BlockChain para distinguir transações de Bitcoins legítimas de tentativas de reutilização de moedas, ou seja, moedas que já foram gastas em outra transação.
Minerar é intencionalmente feito para ter um uso intensivo de recursos, de forma que o número de blocos encontrados por dia permaneça constante. Blocos individuais devem conter uma prova para serem considerados válidos. Esta prova é verificada por outros “nós Bitcoin” cada vez que eles recebem um bloco.
Bitcoin usa uma função hash com recompensa para provas (a hashcash proof-of-work function). O propósito fundamental da mineração é permitir aos nós da rede Bitcoin alcançar um consenso seguro e inviolável. Minerar é também um mecanismo usado para introduzir moedas Bitcoin no sistema. Os mineradores recebem taxas e um subsídio de novas moedas criadas. Ambos servem com o propósito de disseminar novas moedas de uma forma descentralizada bem como motivar as pessoas a prover segurança ao sistema.
A Mineração de Bitcoin é chamado assim porque se assemelha com a mineração de outros comódites: requer esforço e lentamente faz com que uma nova moeda esteja disponível a uma taxa que se assemelha à taxa de outros comódites minerados do solo (petróleo, cobre, outros tipos de metais, madeira, etc.).
Ainda de acordo com o site Digiconomist, na República Checa é onde é consumida mais energia para mineração de bitcoins.
De acordo com o El Economista, só em 2018 o consumo de energia da rede bitcoin já cresceu 37% e a previsão é que duplique. A febre das criptomoedas continua e até o preço das placas gráficas disparou.
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