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“Privacidade Diferencial” da Apple vai ser opcional

Foi no passado dia 13 que a Apple apresentou as suas mais recentes novidades no que toca ao seu software e, entre várias novidades, uma das que teve destaque foi a chamada “Privacidade Diferencial”.

Aquando do anúnico, a Apple disse que este novo método seria utilizado no iOS 10 para recolher informação do utilizador, com o intuito de melhorar a experiência e a qualidade das sugestões de escrita (QuickType), emojis, pesquisas do Spotlight, mapas e que também seria utilizado no MacOS Sierra.

Mas o que é mesmo a Privacidade Diferencial?

 

A privacidade diferencial é um estudo na área da estatística e análise de dados que tenta aprender o máximo possível sobre um grupo, enquanto aprende o mínimo possível sobre os indivíduos neste grupo. Com a privacidade diferencial, a Apple pode adquirir e guardar os dados dos utilizadores num formato que permite recolher informações sobre o que as pessoas fazem, dizem, gostam e querem. Porém, não pode retirar nenhum dado sobre uma pessoa específica que possa qualificar uma violação de privacidade. Isto é feito através de tabelas de dispersão (hashing), sub-amostragem (subsampling) e adição de ruídos (noise injection) permitindo, assim, uma aprendizagem colectiva (crowdsourced learning). Desta forma, depois de recolhida a informação do utilizador e retirando todo o ruído introduzido intencionalmente à volta, será possível recolher, com fiabilidade, a informação inicial, preservando a identidade da origem dessa informação.

 

Tendo havido bastante confusão em relação aos dados que seriam utilizados, e o que esta nova forma de recolher dados siginificaria para o utilizador final, a Recode decidiu escrever um artigo sobre este assunto, acabando por esclarecer algumas das dúvidas.

A opção de enviar os dados para a Apple vai ser opcional, permitindo ao utilizador decidir se quer ou não enviar informação para os servidores da empresa de Cupertino. Estes dados vão começar a ser recolhidos aquando do lançamento do iOS 10 (Setembro), e ficamos também a saber que as fotografias, que temos guardadas no iCloud, não vão ser utilizadas para melhorar as capacidades de reconhecimento facial da aplicação Fotografias.

Em relação aos dados que vão ser recolhidos, a Apple diz que inicialmente a “Privacidade Diferencial” apenas será utilizada em quatro casos específicos: Novas palavras que os utilizadores adicionem aos dicionários dos seus equipamentos, emojis utilizados (para melhorar as sugestões de substituição de palavras por emojis), “deep links” utilizados dentro das aplicações (desde que estejam classificados para utilização pública) e para a aplicação das Notas.

A Apple vai também continuar e melhorar as capacidades de sugestão de pesquisa e aplicações que foram introduzidas no iOS 9.

Nenhuma informação será partilhada fora da Apple.

Não será a primeira vez que a Apple coloca a privacidade dos seus clientes no topo das suas prioridades, tendo em conta que o Siri ficou um pouco para trás em relação à concorrência devido a decisões internas que colocavam em risco a privacidade dos seus clientes.

Não podemos deixar de estar conscientes da informação que partilhamos e da forma como esta é utilizada, mas é sempre um passo em frente quando se tenta salvaguardar a origem e a privacidade daqueles que decidem enviar os seus dados para as gigantes tecnológicas.

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