A segurança e privacidade online têm sido os temas do momento devido aos inúmeros escândalos que têm ocorrido. Não obstante, a vertente ética e social da Internet continua a ser um tema de discussão extremamente importante, muitas vezes menosprezado.
Neste âmbito, o Príncipe Williams veio a público criticar as ações das gigantes tecnológicas contra o ódio na Internet, uma luta que tem sido perdida gradualmente.
Frequentemente podemos constatar, nas caixas de comentários das redes sociais, fogosas discussões entre utilizadores que vão desde tecnologia a religião, passando por desporto, política, humor e até mesmo carros. As redes sociais são um local onde a raiva e ódio são destilados publicamente. Ora, tal não é socialmente saudável, especialmente para as crianças.
Foi este o mote lançado pelo Duque de Cambridge, em declarações à BBC, para abordar o tema do bem-estar online.
We all have to acknowledge, though, that much of the early optimism and hope of social media is giving way to very real concern, and even fear about its impact on our lives.
O Príncipe William tem colaborado de forma próxima com diversas entidades e grandes empresas tecnológicas para tentar reduzir a dimensão do problema. Todavia, os esforços realizados não têm sido convincentes, levando o monarca a lançar várias críticas às grandes empresas tecnológicas.
What I found very quickly though was that the sector did not want to own this issue. (…) The noise of shareholders, bottom lines, and profits is distracting them from the values that made them so successful in the first place.
Entre as empresas com as quais o Duque de Cambridge colaborou constam o Facebook, Twitter, Snapchat, Youtube, Apple e Google. Apesar de estas empresas terem um impacto e influência considerável na sociedade, as suas políticas de moderação e controlo estão a falhar evidentemente.
Dentro dos vários espetros de público, os mais vulneráveis às consequências da negatividade e bullying que pairam nas redes sociais são as crianças. William, pai de três crianças, ressalva a necessidade de proteger os mais novos das ameaças que comummente se verificam nas plataformas online.
“You can reject the false choice of profits over values. You can choose to do good and be successful. You can work in the interest of the children and parents who use your products and still make your shareholders happy.” – The Duke of Cambridge to Social Media companies pic.twitter.com/LXretdiT5c
— Kensington Palace (@KensingtonRoyal) November 15, 2018
Obviamente o comportamento online será sempre, em primeira instância, da responsabilidade dos intervenientes. Não obstante, paradigmas anárquicos não costumam representar bons resultados, pelo que a regulamentação e controlo são necessários.
Sendo proprietários das plataformas em questão, as grandes empresas tecnológicas devem repensar a sua postura perante estes problemas e apresentar soluções para atenuar a situação.