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Portugal: Os alunos sabem tudo de tecnologias?

Criaram-se em Portugal alguns mitos em torno das tecnologias de informação e comunicação, sobretudo, muito fáceis de transmitir para a opinião pública. Desconstruir esses mitos foi uma das missões mais difíceis, que assumimos, nos últimos anos.

Propagou-se a ideia de que os alunos sabem tudo de tecnologias…


Por isso, praticamente se acabou com esta disciplina da escola. Mas, usar a tecnologia para melhorar o nível de literacia digital, não é tão simples, como entregar a cada criança um tablet, um smartphone ou iPad ou outros dispositivos. É uma ideia conveniente, que facilitava o descuido que tem havido com esta área e também a desresponsabilização de quem decidia.

Os alunos não sabem tudo de tecnologias, sabem manejar as máquinas, sabem jogar e ir às redes sociais, muitas vezes agindo de forma pouco adequada e muito menos segura. O que mostra que não há, nem formação adequada, nem informação suficiente, para lidar com as exigências da sociedade digital, de hoje, porque o século XXI é hoje.

Falta, portanto, apostar no desenvolvimento das literacias digitais, de modo que aprendam a rentabilizar as suas potencialidades quer para o dia-a-dia, quer para o percurso escolar.

Criou-se, também, a ideia de que todos alunos têm computador e internet, em Portugal. Facto, que não corresponde à realidade. Na escola continuamos a receber alunos que não têm condições nenhumas e que nunca trabalharam num computador.

Por fim, importa salientar que a área da informática e da tecnologia é universal. Uma certificação, nesta área, em Portugal, tem o mesmo valor, que uma certificação noutro lugar qualquer do mundo. Ao não apostarmos nelas, estamos a cortar oportunidades aos alunos, porque hoje o mundo é aqui tão perto. Além disso, vários estudos, referem que a maioria das profissões, usam as tecnologias, como suporte. Até, aquelas profissões, que há alguns, não seria expectável que viesse a verificar-se.

A única forma de garantir o acesso a TODOS os alunos, seja qual for o cantinho deste país, é haver uma disciplina para todos. Esta é a missão do estado, neste caso do Ministério da Educação, garantir aquilo que é a formação essencial a todos os alunos, numa área que se tornou necessária e essencial, para todas as profissões, e para a sobrevivência no dia-a-dia, na sociedade, em que já vivemos.

Esta situação fica mais ou menos garantida a publicação do Despacho 5908/2017, de 5 de julho, embora, ainda, leve quatro anos a concretizar-se. Com esta disciplina procuramos equilíbrio, por um lado, entre os conceitos associados às Tecnologias de Informação e Comunicação(TIC), as Ciências da Computação e à Cidadania Digital e por outro entre os conteúdos e as metodologias “ditas” ativas. A disciplina de TIC, a integração transversal nas diferentes disciplinas e os projetos complementam-se.

Os projetos, são impulsos positivos, mas chegam, apenas, a um grupo restrito de alunos e serão sempre opção dos diferentes atores( direções, professores, alunos e encarregados de educação). Quanto mais elevado for o nível de literacias digitais dos nossos alunos, mais fácil será a integração transversal nas diferentes disciplinas. Pois, os professores das outras disciplinas, não têm como objetivos trabalhar esta dimensão, mas sim, que os alunos sejam capazes de transferir estes conhecimentos para as atividades que lhes propõem.

Assim, quanto mais elevado for o seu nível de literacias, melhores será o seu desempenho nas diferentes atividades e projetos que integram as tecnologias, como suporte.

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