O Pentágono libertou 59 milhões de toneladas de dióxido de carbono e outros gases poluidores em 2017. Dessa forma, os Estados Unidos criam mais emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta apenas através das suas operações de defesa, do que países industrializados como a Suécia e Portugal, disseram investigadores nesta semana que passou.
Atualmente, o país de Donald Trump vê estes danos ao ambiente como “uma questão de segurança nacional”.
Só a ação do Pentágono polui mais que Portugal
O Pentágono, que supervisiona as Forças Armadas dos EUA, libertou cerca de 59 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa em 2017. Estas conclusões resultam de um estudo publicado pela Brown University.
Segundo o estudo, as emissões do Pentágono foram “em qualquer ano… maiores do que as emissões de gases de efeito estufa de muitos países pequenos”. Assim, se fosse um país, as suas emissões colocá-lo-iam como o 55.º maior contribuinte do mundo, disse Neta Crawford, autora do estudo e cientista política da Universidade de Boston.
Há muito espaço aqui para reduzir as emissões.
Referiu Crawford.
Pedido de comentários para o Pentágono ficou sem resposta
O uso e a movimentação de tropas e armas foram responsáveis por cerca de 70% do seu consumo de energia. Inegavelmente, esta poluição está intimamente relacionada com o combustível queimado pelos jatos e pelo combustível dos veículos das forças armadas.
Como resultado, esta quantidade de emissões bateu, por exemplo, as de Portugal. O nosso país, como indica o Global Carbon Atlas, ocupa a 57.º posição mundial em emissões de CO₂.
China e Estados unidos são os maiores poluidores
A China é o maior emissor mundial de dióxido de carbono, o principal gás responsável pelas mudanças climáticas, seguido pelos EUA. No entanto, estes países têm feito ainda muito pouco para mudar o seu comportamento. Aliás, o Pentágono chamou a mudança climática de “uma questão de segurança nacional” num relatório de janeiro para o Congresso e lançou várias iniciativas para preparar o seu impacto.
As temperaturas globais estão a aumentar em cerca de 3 a 5 °C neste século, longe de alcançar a meta global de limitar o aumento a 2 °C ou menos, tal como a Organização Meteorológica Mundial da ONU disse em novembro.
Quatro graus Celsius de aquecimento aumentariam mais de cinco vezes a influência do clima no conflito, segundo um estudo publicado na revista Nature na quarta-feira.
Crawford disse que o Pentágono reduziu o seu consumo de combustível significativamente desde 2009, inclusive tornando os seus veículos mais eficientes e movendo-se para fontes de energia mais limpas nas bases. Contudo, poderiam reduzi-las ainda mais, cortando missões pesadas para proteção do acesso ao petróleo no Golfo Pérsico. Isto porque atualmente o petróleo já não é uma tão grande prioridade. Isto porque cresce o investimento na energia renovável, referiu a autora do estudo.
Muitas missões poderiam ser repensadas, e isso tornaria o mundo mais seguro.
Concluiu Neta Crawford.