Neste mundo cada vez mais digital, está difícil ser garantida a privacidade dos utilizadores. Mesmo com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) em vigor desde 2018 no nosso país, os casos relacionados com partilha de dados têm acontecido sucessivamente.
De acordo com informações recentes, Sites do Governo, PSP e GNR enviam dados para a Google. Saiba o que está a acontecer.
O jornal Expresso revelou hoje que os sites do SNS enviam dados para a Google. Além dos serviços digitais associados à saúde, o site Autenticação.gov.pt, Ivaucher.pt, SIRP, PSP e Parlamento também fornecem dados de navegação para exploração de campanhas publicitárias através do serviço Doubleclick., revela o jornal.
O Estado está a entregar de mão beijada a gigantes da internet dados sensíveis dos cidadãos
Eduardo Correia, professor na Universidade do Porto refere que “O Estado está a entregar de mão beijada a gigantes da internet dados sensíveis dos cidadãos. Este caso assume particular gravidade em sites relacionados com serviços essenciais do Estado, como o SNS, Finanças e justiça, que recorrem a serviços de tracking (rastreamento) externos para otimizarem a gestão desses sites”.
Em resposta ao jornal, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) referem que os dados servem apenas para tratamento estatístico e são anonimizados e que “não há partilha de dados pessoais com a Google ou com qualquer outra entidade externa”. No entanto, os serviços confirmam que procederam a alterações recentemente.
Na sequência das perguntas formuladas, decidimos suspender a utilização da ferramenta Google Analytics
Para a investigação, o jornal Expresso revela que usou algumas ferramentas de monitorização de tráfego que permitiram apurar que a recolha de dados também contempla áreas que o SNS.gov.pt disponibiliza para utentes, agendamento de vacinas COVID-19 e solicitação de medicamentos para o VIH.
O jornal refere ainda que “a anonimização dos dados impede que o nome do internauta seja revelado, mas não que as empresas de publicidade criem perfis do utilizador mediante localizações, temáticas preferidas, ‘sites’ visitados, compras efetuadas ou endereços IP armazenados pelo histórico de navegação na Internet”.
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