O mundo não se encontra em paz… Custa admitir mas, uns países mais que outros, a guerra está praticamente a atingir um pouco de todos nós.
Mas… será que a guerra vem apenas dos extremistas e terroristas? Não… a guerra começa em cada um de nós e a prova disso é que, cada vez mais, há demasiados comentários nas redes sociais carregados de ódio, intolerância, insultos e extrema violência verbal.
Hoje em dia praticamente todas as pessoas, desde que tenham idade adequada, têm uma conta numa ou mais redes sociais.
Facebook, Twitter, Instagram, Google Plus são as redes mais populadas e, onde se espera que haja um clima de partilha, convívio, discussão de ideias de forma saudável, união e conhecimento… muitas vezes estas redes são um verdadeiro campo de batalha verbal, expressas na forma escrita e deixadas em comentários.
O não ser presencial promove estes comportamentos
É mais fácil para o ser-humano ter comportamentos mais impulsivos quando não se encontra na presença do outro, isto porque, dependendo de caso para caso, uma vez que não vai encarar a reacção e expressão do outro, sente-se mais livre, à vontade e ‘protegido’ para dizer o que quer e lhe apetece, muitas vezes de uma forma menos apropriada.
E não é preciso muito para que a situação descambe… Tudo se processa mais ou menos assim:
- Alguém faz uma publicação com a qual não se concorda ou, por algum motivo, nos causa revolta, inveja ou frustração
- Comenta-se, muitas vezes num tom jocoso e sarcástico
- Alguém responde a esse comentário, desprezando essa opinião e ali se inicia uma discussão
- Comentário após comentário, rapidamente se perde o fio à meada e começam os insultos, o ir buscar ao perfil do outro algo para o humilhar, insultar familiares, enfim… uma bola de neve de ódio.
E isto acontece na maioria das vezes com pessoas que nem sequer se conhecem, nunca se viram mas que, mesmo assim, se tornaram rivais, sentindo ódio e deprezo umas pelas outras.
É demasiado fácil insultar, sem sofrer qualquer consequência
Nestes casos de discussões, parece-me que as redes sociais são cada vez mais utilizadas para descarregar frustrações, sem nos preocuparmos do impacto que isso possa causar em quem nos lê ou para quem são dirigidas. Há uma liberdade demasiada, que não pode ser confundida com liberdade de expressão, onde se insulta, se agride verbalmente, se magoa, sem noção de que, do outro lado, estão pessoas como nós a ler.
Como agravante, as pessoas esquecem-se de que existem menores também nas redes sociais mas, mesmo assim, ninguém parece inibir-se de utilizar linguagem agressiva, ameaças, insultos graves e até desejos da morte do outro.
O que acontece depois disso… quase nunca acontece nada, praticamente não existem consequências significativas na vida de quem insulta e se comporta de forma hóstil nas redes sociais. Praticamente a única consequência é desenvolver-se um ódio e repulsa, que pode ser momentâneo dependendo do grau e intensidade da situação, contra a pessoa com a qual se discutiu.
Religião, Política e Orientação Sexual são os casos mais propícios
Ainda estamos muito intolerantes às escolhas dos outros. Seja em relação à Religião, Política, Orientação Sexual, como o caso recente do atentado em Orlando contra a comunidade Gay, verifica-se que muitas pessoas só têm ‘olhos para o seu umbigo’, enaltecendo as suas escolhas e, muitas vezes sem conhecimento, desvalorizando e humilhando quem tem escolhas diferentes e contrárias às suas.
No caso específico de Portugal, também o futebol é um dos motivos que promove este ódio, que é bem visível em diversos comentários sobretudo feitos por adeptos de clubes rivais.
Este comportamento não é bom para a saúde
Estas situações são sempre desagradáveis… e, mesmo que não se passe connosco, acabamos por nos deixar afectar e, muitas vezes andamos mais tristes e não sabemos bem por quê. A verdade é que existem vários estudos e pesquisas, como esta de 2014, que comprovam que comentários de ódio nas redes sociais não são nada bons para a nossa saúde.
Este é um artigo com a minha opinião.