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A Evolução do “Tester” por Nuno Raposo da Noesis

Nos últimos anos, temos assistido no mercado da tecnologia a uma evolução da função do tester e do seu papel no ciclo de desenvolvimento de software.

Durante muitos anos e com as metodologias existentes na altura, os ciclos de desenvolvimento eram longos e testes eram enquadrados na fase final desses ciclos, com testes a todos os cenários possíveis. Qual tem sido a Evolução do software  “Tester”?


O profissional de testes era visto como alguém que só estava a procurar defeitos e a criar bottlenecks, para a equipa de desenvolvimento, sendo, muitas vezes responsabilizado pelos atrasos no projeto. Este processo era lento, demorado, doloroso e pouco eficiente.

O objetivo é o mesmo, mitigar ao máximo a entrega de soluções com defeitos ao cliente final. Tão importante como garantir a entrega de novos desenvolvimentos num menor espaço de tempo, é também necessário assegurar a correção rápida de algo que tenha chegado ao cliente de forma incorreta.

Torna-se assim, cada vez mais, indispensável existência de especialistas em Quality Assurance (QA) com visão e experiência, capazes de avaliar a criticidade e a severidade da melhor forma e perceber o que realmente impacta a jornada do cliente final. Saber o que pode passar para produção, e ser corrigido rapidamente na próxima entrada, por exemplo. Muitas vezes é mais benéfico ter a nova versão em ambiente produtivo e corrigirmos esse defeito à posteriori – faz parte do processo e dos tempos atuais.

 

O próprio nome da função tem vindo a evoluir, naturalmente, de “Tester” para “QA”, retirando-se, até uma certa perceção negativa da função. Deixou de ser uma pessoa que “apenas encontra defeitos”, para alguém com uma visão da Qualidade, que consegue ajudar na evolução do produto e que evita que os defeitos cheguem ao ambiente produtivo.

O perfil do QA atual caracteriza-se por juntar vários skills de Engenharia, cuja capacidade principal é a de se conseguir adaptar às novas exigências do mercado. Esta é uma competência basilar numa área em que tudo está em constante mudança e rápida evolução (os ciclos de engenharia geralmente duram cinco anos e depois mudam e muda o mindset).

Para além da evolução natural de alguns hard skills requeridos no perfil de um QA, como alguns conhecimentos mais técnicos, a comunicação e a colaboração passaram a ser competências cada vez mais presentes. O grande objetivo é influenciar a qualidade ainda antes de o software ser desenvolvido.

O QA é alguém que tem que ter um conhecimento transversal do produto e cujo trabalho de comunicação é essencial junto dos diferentes stakeholders. Seja com a equipa de desenvolvimento, com o Product Owner / Scrum Master / Gestor de Projeto (dependendo das metodologias), com os Business Analysts ou com as equipas de Operações que suportam os produtos em Produção.

O mesmo se passa com a capacidade de aprender. Com tantas mudanças, o “fast learning” passa a ser também crucial – torna-se decisivo aprender rapidamente o negócio e a área onde nos encontramos. Há sempre alterações de prioridades de projetos e novas necessidades imediatas de mercado. Neste sentido, esta capacidade de adaptação passou a ser um fator-chave.

Tem sido uma evolução natural do perfil do QA e dos skills associados, sempre adaptados às novas realidades e contextos que vão surgindo.

O QA passou a ser um orquestrador na equipa e por isso a ser um perfil muito valorizado nas organizações – passou a ser uma função “sexy” nas equipas.

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