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Empresas que adotam teletrabalho crescem 2 vezes mais rápido, afirma novo estudo

Muitas organizações que decidiram pôr fim ao teletrabalho e obrigar os seus colaboradores a regressar aos escritórios cinco dias por semana estão a deparar-se com um problema crescente: maior dificuldade em preencher vagas. Além disso, um novo estudo vem confirmar que empresas que adotam teletrabalho têm tendência a crescer mais depressa.


Regresso ao trabalho presencial tem efeitos indesejados

Grandes empresas, como a Amazon, a Dell, a consultora PwC ou o maior banco dos Estados Unidos, endureceram recentemente as suas políticas de retorno ao local de trabalho, mas a estratégia parece ter efeitos colaterais indesejados.

De acordo com uma análise da Revelio Labs, uma empresa especializada em dados sobre o mercado de trabalho, as organizações que não oferecem modalidades de trabalho híbrido ou remoto estão a crescer mais lentamente do que aquelas que optam por maior flexibilidade.

As empresas que permitem trabalho remoto ou flexível conseguem crescer mais rapidamente.

Afirma Loujaina Abdelwahed, economista da Revelio Labs, em declarações ao The Washington Post.

Os dados recolhidos indicam que, entre junho de 2022 e meados de 2023, empresas que publicaram ofertas de emprego híbrido ou remoto registaram uma taxa média de crescimento de 0,6%. Em contraste, aquelas que apenas disponibilizavam vagas para trabalho presencial ficaram-se pelos 0,3%. Esta diferença mostra que a falta de flexibilidade laboral dificulta o preenchimento de vagas e, por extensão, o crescimento da empresa.

Vários estudos demonstram a importância do teletrabalho

Outro estudo, conduzido por investigadores das universidades de Pittsburgh, Hong Kong e Baylor, reforça os impactos negativos das políticas de regresso obrigatório ao escritório. A análise, centrada em empresas do índice S&P 500, revelou que estas políticas aumentam a rotatividade dos funcionários, em especial os mais qualificados.

Conforme se intensificam os mandatos de regresso aos escritórios, muitos colaboradores optam por sair, procurando empresas que continuem a permitir trabalho híbrido ou totalmente remoto.

O nosso estudo demonstra que os mandatos de retorno ao escritório podem originar uma fuga de talento significativa, mesmo em grandes empresas internacionais.

Explicam os autores da investigação.

A flexibilidade laboral tornou-se um critério fundamental para os trabalhadores ao avaliar uma oferta de emprego. Dados do “Estudo Personio de Recursos Humanos 2024”, que inquiriu 10.555 colaboradores e gestores de recursos humanos, indicam que 51% dos entrevistados priorizam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Além disso, 44% dos inquiridos admitem estar dispostos a mudar de emprego no próximo ano.

E mais… Segundo um inquérito realizado pela BambooHR, algumas empresas esperam que os seus colaboradores mais valiosos se demitam devido à imposição de políticas inflexíveis, evitando assim custos de indemnização e reduzindo as equipas de forma indireta.

 

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