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Nova Iorque: Projeto piloto de reconhecimento facial fracassa. 0% de rostos identificados

No ano passado, Nova Iorque foi palco de um projeto-piloto para aplicar o reconhecimento facial a todos os carros que viajavam na Ponte Robert F. Kennedy. Contudo, a Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA), autora desta intervenção, obteve um tremendo fracasso. 0% dos rostos identificados!

25 mil dólares foram investidos num software que obteve resultados dececionantes em fase projeto.


Vigilância urbana com reconhecimento facial

O novo paradigma da vigilância urbana automatiza a identificação dos sujeitos através de tecnologias de reconhecimento facial. Pelo menos esta é a ideia da MTA para todos os passageiros dos carros que viajam na Ponte Robert F. Kennedy (que liga os bem conhecidos bairros nova-iorquinos de Manhattan, Queens e Bronx).

Segundo informações do Wall Streat Jounal, os responsáveis ​​pela agência têm dados sobre o sucesso do teste: 0% de sucesso. Assim, o projeto conseguiu mesmo ter um resultado pior que os 2% que Londres colheu há alguns meses.

 

Reconhecimento facial que não reconheceu ninguém

Correspondência eletrónica enviada por um funcionário do MTA para um alto escritório da administração de Andrew (governador de Nova Iorque), datada de novembro passado, admite que depois de completar o período de teste inicial, “o projeto foi concluído sem ser capaz de detetar qualquer rosto dentro dos parâmetros aceitáveis”.

Apesar disso, o MTA pagou 25 000 dólares à multinacional francesa Idemia para o uso do software de reconhecimento. No passado, a cidade de Nova Iorque já usou e com sucesso tecnologia de reconhecimento facial. Em 2017 foram reconhecidas provas com êxito na tecnologia para realizar a vigilância em massa.

 

Bugs políticos e manobras tecnológicas confusas… ou ao contrário!

Supunha-se que as câmaras instaladas na ponte seriam capazes de captar os rostos dos condutores através dos parabrisas enquanto circulavam. Além disso, após a recolha da imagem, o software deveria identificá-los imediatamente em tempo real, colhendo informações na base de dados do governo.

Isso foi, pelo menos, o que em julho passado o governador Cuomo disse estar a ser realizado. Na altura, em comunicado durante uma cerimónia de apresentação de reformas executadas pela MTA, este foi o solene objetivo assumido.

Posteriormente, o então presidente da MTA, Joe Lhota, justificou o recurso ao reconhecimento facial como forma de perseguir os infratores de trânsito que cobriam as placas das suas matrículas.

Agora, as autoridades parecem ter desautorizado Lhota. Desta feita, a tecnologia não tem só como objetivo único a identificação de condutores, mais que isso o projeto visa combater o crime e o terrorismo. Contudo, parece que bateram em vários “obstáculos”. Uns serão problemas técnicos e outros relativos à proteção da privacidade.

Neste sentido Daniel Schwarz, da União Americana pelas Liberdades Civis, advertiu que existe uma diferença entre usar o reconhecimento facial como uma ferramenta de investigação e usar esta tecnologia como um meio de “vigilância generalizada em tempo real para todas as pessoas.

 

Problemas iniciais poderão ser resolvidos no futuro

O MTA esclareceu que, após esta fase inicial, o projeto teve continuidade em março e foram mesmo adquiridas mais câmaras. Novos equipamentos foram colocados nas pontes de Throgs Neck e Bronx-Whitestone. Este organismo controla diariamente em média cerca de 900 000 veículos através de 7 pontes e dois túneis.

Atualmente, com mais material e com afinações já conseguidas, os responsáveis afirmam que têm alcançado o reconhecimento dos rostos dos condutores com uma precisão de 80%. Contudo, para isso a captura através do parabrisas tem de ser feita a baixas velocidades.

Hector Santos-Villalobos, investigador do Laboratório Nacional Oak Ridge refere, que a tecnologia precisa de evoluir para ter sucesso em condução em alta velocidade.

 

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