The Great Hack, denominado em português Nada é Privado: O Escândalo da Cambridge Analytica, é o novo documentário da Netflix que promete dar que falar! Aborda o escândalo que assolou o Facebook e que teve impacto na eleição de Donald Trump em 2016.
Mais do que o impacto nas eleições presidenciais norte-americanas, convém questionar: quão legítimo é dar mão dos nossos dados de modo a usar serviços online, quando na verdade esses dados acabam por ser usados como armas contra nós? Vale a pena ver e refletir.
O escândalo que envolveu a Cambridge Analytica foi, juntamente com outros episódios emblemáticos nos últimos anos, um alerta para os cibernautas sobre o domínio dos seus dados e privacidade online.
Tendo em conta tal impacto, foi realizado o documentário The Great Hack, denominado em português “Nada é Privado: O Escândalo da Cambridge Analytica”. É um original Netflix e adverte os utilizadores para os perigos à liberdade que estão inerentes na manipulação dos nossos dados pessoais em plataformas na Internet.
Eles têm as tuas informações, eles controlam a tua vida. Nada é Privado: O Escândalo da Cambridge Analytica revela o enigmático e obscuro mundo de exploração de dados e informações. Os dois lados desta história contam a sua versão sobre os polémicos escândalos da Cambridge Analytica e do Facebook.
O documentário foca-se especialmente em quatro personalidades, todas com um impacto considerável neste escândalo que envolveu a Cambridge Analytica e afetou milhões de pessoas. São esmifradas as estratégias usadas por esta empresa, são apontados os eventuais culpados e levantadas questões morais das ações executadas.
Um dos principais papéis da publicidade e do marketing é o de influenciar consumidores a comprar algo ou agir de determinada forma. Contudo, neste caso em específico – apesar de discutível – foram ultrapassados limites morais ao agir perante eleições democráticas.
É interessante constatar que, numa perspetiva atomista, a Cambridge Analytica limitou-se a fazer campanha política, a influenciar eleitores a votar em Donald Trump. Não obstante, os meios para atingir os fins não foram os melhores do ponto de vista ético e moral. Podendo ser considerado um atentado à liberdade individual, é neste sentido que o documentário tenta alertar o espectador… Para a “algoritmocracia” que foi criada e que beliscou a democracia de várias nações onde a Cambridge Analytica esteve presente.
Teria sido interessante uma abordagem mais profunda à influência da Rússia nas eleições presidenciais dos EUA em 2016, como também era merecida uma explicação mais técnica das “permissões especiais” que a Cambridge Analytica conseguiu no Facebook para criar perfis tão precisos e completos de cada eleitor.
Contudo, recomendo a visualização deste documentário. Mais importante do que condenar as práticas da Cambridge Analytica, é importante reformular as plataformas online que absorvem, manipulam e disponibilizam quantidades massivas de dados dos cibernautas. A fonte do problema, neste caso, nasceu no Facebook e é aí que as entidades reguladoras devem atuar numa primeira fase. Para além disto, a consciencialização dos utilizadores é importantíssima para mudar o paradigma dos serviços online atuais.
E o leitor? Se já viu o documentário, deixe a sua opinião nos comentários! O que acha do paradigma atual de recolha e disponibilização dos nossos dados, sem que o utilizador tenha perceção disso?