2024 revelou-se um ano particularmente vantajoso para as maiores fortunas do mundo. Este ritmo de acumulação de riqueza está a moldar as previsões futuras: nos próximos 10 anos, é esperado que alguns destes multimilionários transitem para um novo patamar – o dos bilionários. Musk, Bezos e Zuckerberg são os principais candidatos.
O aumento acentuado das fortunas
De acordo com um relatório apresentado pela Oxfam Intermón durante a World Economic Forum Annual Meeting, a acumulação de riqueza atingiu níveis tão extraordinários que prevê-se que pelo menos cinco multimilionários ultrapassem o marco histórico de um bilião de dólares até 2035. Esta previsão reflete o impacto do crescimento acelerado registado em 2024.
A Oxfam Intermón destacou que o aumento das grandes fortunas triplicou em relação ao ano anterior. Em 2024, o número de multimilionários subiu para 2769, comparativamente aos 2565 registados em 2023.
Mais impressionante ainda, o património coletivo destes indivíduos passou de 13 para 15 biliões de dólares em apenas um ano, marcando o segundo maior crescimento anual desde que existem registos.
IA e exploração espacial privada são o segredo
Dois fatores principais explicam este crescimento exponencial das fortunas dos mais ricos: o desenvolvimento acelerado da Inteligência Artificial (IA) e a evolução da exploração espacial privada.
A aposta na IA foi um motor crucial para o enriquecimento de várias figuras. Exemplos disso são Jensen Huang, CEO da Nvidia, o crescimento do património de Larry Ellison, fundador da Oracle, e o retorno em força de Mark Zuckerberg, graças ao investimento no Metaverso e na IA generativa.
Na exploração espacial, os protagonistas são já conhecidos: Elon Musk e Jeff Bezos. Ambos colocaram as suas empresas aeroespaciais, SpaceX e Blue Origin, no topo das mais valiosas do setor. A colaboração com a NASA e contratos lucrativos serviram de alicerce para fortalecer os seus patrimónios.
O relatório da Oxfam Intermón sublinha outro fator determinante na concentração de riqueza: a influência monopolística que estas fortunas exercem sobre indústrias e políticas públicas. A reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 2024 veio reforçar esta tendência, com as grandes tecnológicas a apoiarem abertamente a sua administração.
As políticas implementadas por Trump têm sido amplamente favoráveis aos interesses destas corporações, resultando numa desregulamentação que lhes permite expandir sem entraves significativos. Este cenário tem impulsionado ainda mais as fortunas dos fundadores e líderes das maiores empresas tecnológicas.
Elon Musk: o principal candidato
Com um património avaliado em 432,6 mil milhões de dólares, Elon Musk é atualmente o homem mais rico do mundo, segundo a Forbes. No final de 2024, Musk quebrou um recorde impressionante ao ultrapassar os 400 mil milhões de dólares, duplicando a sua fortuna em apenas dois meses.
Outros nomes a considerar incluem Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Larry Ellison e Jensen Huang, cujas fortunas devem continuar a crescer num ambiente de regulação mínima e num mercado global cada vez mais moldado pelas grandes corporações tecnológicas.
A ideia de que alguém poderá atingir uma fortuna superior a um bilião de dólares deixou de ser uma hipótese distante para se tornar numa previsão real.
As tendências de acumulação de riqueza, aliadas à influência política e à inovação tecnológica, indicam que a nova fronteira do super-ricos será definida por números que, há apenas alguns anos, seriam considerados inimagináveis.
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