A Wiz, empresa de cibersegurança que iria ser protagonista da maior compra de sempre pela Google, por 23 mil milhões de dólares, terá rejeitado a oferta da gigante das pesquisas.
Citando uma fonte anónima familiarizada com o assunto, o TechCrunch relata que a Wiz rejeitou a oferta multimilionária de aquisição feita pela Google. Com um valor que perfaz quase o dobro do que a empresa gastou na Motorola Mobility em 2012, os 23 mil milhões de dólares da proposta seriam o número mais elevado que a Google alguma vez pagou por outra empresa.
É difícil dizer “não” a ofertas tão importantes, mas com a nossa equipa excecional, sinto-me confiante para fazer essa escolha.
Explicou Assaf Rappaport, diretor-executivo da Wiz, num e-mail enviado aos 1200 funcionários da startup, acrescentando que, embora se sentisse lisonjeado com a oferta, a equipa de liderança da empresa decidiu continuar a construí-la e a trabalhar para uma initial public offering (IPO).
E-mail enviado pela Wiz aos funcionários
Wizards,
Sei que a última semana tem sido intensa, com o burburinho sobre uma potencial aquisição. Embora nos sintamos lisonjeados com as ofertas que recebemos, optámos por continuar o nosso caminho de construção da Wiz.
Vou direto ao assunto: os nossos próximos marcos são mil milhões de dólares em ARR [Annual Recurring Revenue] e uma IPO.
É difícil dizer “não” a ofertas tão importantes, mas com a nossa equipa excecional, sinto-me confiante para fazer essa escolha.
A validação do mercado que experimentámos na sequência desta notícia apenas reforça o nosso objetivo – criar uma plataforma que tanto as equipas de segurança como as de desenvolvimento adoram. Estamos gratos pela confiança que os nossos funcionários, investidores e clientes têm em nós, à medida que construímos a melhor empresa de cibersegurança do mundo.
Obrigado pelo vosso trabalho árduo e concentração durante estes dias, que nos ajudaram a manter o rumo e a terminar o trimestre mais fortes do que nunca.
E-mail da Wiz divulgado pelo Tech Crunch.
Wiz quer continuar a crescer sozinha
A Wiz, fundada em 2020 e sediada em Nova Iorque, oferece “ferramentas e scanners de segurança” para o espaço empresarial, segundo descreve a própria. Além disso, protege a infraestrutura na cloud corporativa “criando uma camada normalizadora entre ambientes de cloud”, e permitindo que as empresas “identifiquem e removam rapidamente os riscos críticos”.
Segundo recordado pelo Quartz, a empresa disse, em maio, que tinha uma avaliação de 12 mil milhões de dólares, após angariar mil milhões de dólares numa ronda de financiamento que incluiu o Andreessen Horowitz, Lightspeed Venture Partners, Sequoia Capital e vários outros investidores de risco de Silicon Valley.
Da esquerda, funcionários da Wiz: Yaniv Shaked, Idan Gazit, Adi Leist Sharon, Guy Rozendorn, George Pisha, Eyal Wiener, em Israel, em março de 2021.
O aumento foi um passo em direção a uma potencial futura oferta pública inicial, uma vez que a empresa afirmou que o seu objetivo era obter mil milhões de dólares em receitas antes de uma possível estreia no mercado.
De facto, a Wiz está a crescer a olhos vistos, caminhando para o sucesso: no início deste ano, afirmou ter atingido 350 milhões de dólares em receitas anuais recorrentes no ano passado e, atualmente, fornece os seus serviços a mais de 40% das empresas da Fortune 100.