Os utilizadores de computadores e outros equipamentos informáticos estão habituados a confiar de forma quase cega nas empresas que desenvolvem soluções de segurança.
Mas segundo informações agora trazidas a público, a Kaspersky terá, durante 10 anos, espalhado falsos vírus, para minar a confiança dos consumidores nos produtos concorrência.
A informação sobre esta prática foi lançada pela Reuters, que descreve que, durante 10 anos, a Kaspersky terá criado falsos vírus ou infectado aplicações com código similar a outros vírus para que a concorrência passasse a detectá-la como estando infectadas e assim minar a confiança nestes produtos.
Para além de criar estas versões falsas de vírus, a Kaspersky submetia-as, de forma anónima, em motores de validação de vírus, como o TotalVirus da Google, indicando que estes estariam comprometidos.
Ao obter esta informação, empresas como a Microsoft, a AVG ou a Avast, entre outras, passariam a detectar os ficheiros originais como estando infectados, graças à semelhança do código.
Esta informação que agora foi lançada surgiu de vários ex-funcionários da Kaspersky, que estiveram envolvidos neste processo e que gastariam muito do seu tempo a desenvolver estes falsos vírus.
Para além deste processo, estes funcionários teriam também a tarefa de reverter os motores de análise de vírus da concorrência e criar formas de criar falsos positivos.
Naturalmente que a Kaspersky rapidamente refutou estas acusações e nega que alguma vez tenha criado estes falsos vírus para minar a concorrência.
Our company has never conducted any secret campaign to trick competitors into generating false positives to damage their market standing. Such actions are unethical, dishonest and their legality is at least questionable.
O próprio Eugene Kaspersky não ficou satisfeito com as acusações que a Reuters avançou no seu artigo e veio a público, via Twitter, mostrar o seu desagrado e negar as acusações.
Of course we make false positives. In banya, then riding bears to the beach. We have an fp factory 6 miles north of the Kremlin
— Eugene Kaspersky (@e_kaspersky) 14 agosto 2015
Este será um processo grave, caso seja verdade. A Kaspersky tem um nome forte no mercado e esta levará à perda de confiança pelos utilizadores.