As redes sociais são o principal local de demonstração de tristeza
Foi ontem, no dia 07 de janeiro de 2015, que uma tragédia ocorreu em Paris, capital de França. Três homens entraram na sede do semanário satírico Charlie Hebdo e dispararam sem dó nem piedade.
Um autêntico massacre que, em pouco mais de 5 minutos, vitimou 12 pessoas entre eles 4 cartoonistas do semanário e deixou 11 feridos.
O jornalismo está de luto, bem como todas as pessoas que ainda acreditam num mundo livre.
O semanário Charlie Hebdo era de cariz satítico, conhecido pelos seus cartoons a satirizar Maomé, já havia sido alvo de diversos outros ataques, mas nada havia conseguido parar as suas publicações e sobretudo a sua forma livre de jornalismo uma vez que respondiam à violência com sátira e humor.
A quarta-feira era o dia de reuniões do semanário (e este é um dos muitos indicadores de que o ataque foi devidamente calculado), e foi durante a reunião que o corpo editorial do Charlie Hebdo foi surpreendido pelos atacantes.
Segundo uma fonte policial contou à AFP “Os dois homens abriram fogo e mataram friamente as pessoas que se encontravam na reunião de redacção, assim como o polícia encarregado da protecção do cartoonista Charb, que não teve tempo para ripostar”. Segundo várias testemunhas, os terroristas iam gritando “Vingámos o profeta! Matámos o Charlie Hebdo!”.
De entre as 12 vítimas mortais, 8 eram jornalistas, entre eles Charb, o director do jornal e mais 4 cartoonistas que faziam os desenhos polémicos.
Fotografias de Guillaume Baptiste/AFP
Na imagem, da esquerda para a direita: Georges Wolinsky, Jean Cabut – o Cabu, Stephane Charbonnier – o Charb e Tignous.
Charlie Hebdo nas redes sociais
O mundo está triste, sobretudo o do Jornalismo. O crime, cujos 3 suspeitos já tinham cadastro e estavam referenciados como sendo Jihadistas, deixou o mundo em choque e rapidamente as redes sociais como o Facebook e o Twitter se encheram de imagens negras apenas com a inscrição “Je Suis Charlie”.
As redes sociais têm sido o principal palco de demonstração de tristeza, desde o dia de ontem que é frequente vermos pessoas a alterarem a sua foto de perfil ou a adicionarem imagens referentes a este lamentável massacre.
O próprio site do semanário Charlie Hebdo disponibiliza a frase Je Suis Charlie em diversos idiomas: ver aqui.
Por todo o Mundo praticamente todos os jornais dedicaram a capa a Charlie Hebdo, numa mistura de tristeza mas sobretudo revolta e luta pela liberdade de expressão, nomeadamente no jornalismo.
É ainda possível serem encontrados inúmeros cartoons a ilustrar os acontecimentos de ontem.
Segundo as notícias, um dos atacantes já se rendeu, contudo os outros dois continuam fugidos e acredita-se que estejam fortemente armados com metralhadoras Kalashnikov.
Resta-me lamentar todas as mortes e sobretudo a atitude.