A Huawei está na mira das autoridades de muitos países e o Reino Unido é um dos que se tem feito ouvir. O país já ordenou a remoção de todas as infraestruturas de suporte à rede 5G até 2027. No entanto, um novo relatório pode acelerar o processo para 2025.
Segundo o relatório agora divulgado, existem “evidências claras” de conluio entre a Huawei e o próprio partido comunista chinês.
Foi no decorrer do verão que surgiu a notícia de que o Reino Unido queria ver banidas dos país todas as infraestruturas de suporte à rede 5G da Huawei. Muito por causa da pressão dos Estados Unidos e das próprias restrições do país à empresa, o Reino Unido, através do Conselho de Segurança Nacional anunciou na altura que, até 2027 todas as infraestruturas da Huawei teria que estar fora do país.
Agora, os legisladores do Reino Unido instaram o país a acelerar a remoção dos equipamentos da Huawei relacionados com o 5G. O Comité de Defesa do Reino Unido, num longo relatório, pede ao governo que analise se a proibição pode ser antecipada de 2027 para 2025.
“Evidências claras” de conluio entre a Huawei e o Partido Comunista Chinês
As autoridades referem que existem “evidências claras” de conluio entre a Huawei e o Partido Comunista Chinês. No relatório é ainda recomendado que outros países trabalhem juntos para reconstruir a capacidade de fabricação de tecnologias da informação. Algo que foi perdida quando grande parte dessa indústria foi originalmente terciarizada para a China.
O relatório lista as linhas de ataque à empresa. Nomeadamente, a filiação ao Partido Comunista do fundador Ren Zhengfei e o trabalho para o Exército de Libertação do Povo. É importante referir, no entanto, que isto é algo que a Huawei afirma há muito tempo são não ser relevante para o seu crescimento no mercado.
É ainda referido no texto que, sendo uma empresa chinesa, poderia ser solicitada a realização de espionagem em conformidade com a Lei Nacional de Inteligência de 2017 do país. O National Cyber Security Center do Reino Unido “não tenha visto nenhuma evidência específica” de atos menos próprios. Contudo, mantém a tese de que a Huawei poderá inserir backdoors nos seus produtos a qualquer momento.
Relatórios anteriores apontaram falhas na engenharia da Huawei que, embora não sejam backdoors intencionais, podem ser usadas dessa maneira.
O relatório acrescenta que o uso de equipamentos da Huawei no Reino Unido causou uma certa consternação noutros membros da rede de partilha de inteligência Five Eyes.
Contactada pela CNBC, a Huawei já veio afirmar que o relatório “carece de credibilidade”. É, além disso, “construído com base em opiniões, e não em factos”. A empresa acrescentou que espera que as pessoas “vejam além dessas acusações infundadas de conluio” e olhem para o histórico da empresa nas últimas duas décadas.