Como sabemos, hoje em dias são várias as fontes de energia. Em traços gerais, a eletricidade passa por um processo de produção, transporte e distribuição e por fim consumo.
Para perceber como tudo funciona, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) adaptou um módulo pedagógico que foi criado pela CRE- Comissión de Regulation d’ Enérgie.
Produção de energia
São seis as principais tecnologias de produção de energia. Cada um dos processos usa uma fonte de energia diferente:
- energia libertada pela cisão dos núcleos dos átomos de urânio em centrais nucleares
- energia hídrica em centrais hidroelétricas, ou barragens;
- energia libertada pela combustão de fuelóleo, carvão ou gás natural em centrais termoelétricas, incluindo em cogeração;
- energia do vento em parques eólicos;
- energia libertada pela combustão de biomassa em centrais termoelétricas;
- energia solar em parques fotovoltaicos.
- Produção termoelétrica (gás e carvão): 42%
- Produção hidroelétrica: 28%
- Produção eólica: 22%
- Produção biomassa: 5%
- Produção solar: 1,4%
- Outras (biogás, etc.): 2%
Nos últimos anos tem-se assistido ao desenvolvimento de uma nova prática: o autoconsumo. A eletricidade é produzida através de painéis solares ou de pequenas centrais eólicas, diretamente pelas empresas, edifícios públicos ou habitações que a consomem. Sendo a eletricidade muito difícil de armazenar, a sua produção deve ser gerida em tempo real para responder às necessidades de consumo.
Transporte e distribuição
Uma vez produzida, a eletricidade deve ser conduzida, sempre em tempo real, para os locais de consumo.
Para percorrer as distâncias maiores, a eletricidade circula na rede de transporte, constituída por cerca de 8 863 km de linhas. Esta rede é constituída por linhas de muito alta tensão (150 000 V, 220 000 V ou 400 000 V) ou linhas de alta tensão (60 000 V) para as distâncias mais curtas.
Estas últimas podem também por vezes abastecer diretamente algumas grandes empresas.
Após esta fase de transporte que encaminha a eletricidade para perto das zonas de consumo, a tensão elétrica deve ser reduzida para ser distribuída aos consumidores domésticos e às pequenas empresas.
É essa a função dos transformadores que permitem que a eletricidade passe de alta tensão para média tensão.
Inicialmente, circula nas linhas de média tensão (MT) para percorrer distâncias médias e abastecer as pequenas empresas. Em seguida, a tensão é reduzida uma última vez por outro transformador.
A eletricidade é introduzida então nas linhas de baixa tensão (BT) para ser distribuída nos pontos de consumo, como os centros urbanos.
Consumo
À saída da rede de distribuição, a eletricidade está disponível para consumo doméstico.
Os contadores elétricos permitem informar os consumidores quanto à energia consumida e faturá-la com base nos dados de consumo lidos ou estimados.
No futuro, os contadores elétricos inteligentes deverão proporcionar ao consumidor:
- menos limitações: as leituras, o estabelecimento ou corte das linhas e a alteração da potência ou da oferta de fornecimento são efetuadas à distância e não exigem a sua presença no domicílio;
- conhecer e controlar os seus consumos de forma mais precisa;
- novas ofertas de fornecimento e serviços mais diversificados (por exemplo, preços diferenciados em função dos períodos horários);
- uma faturação real dos consumos (que deixa de ser estimada).
Graças a estes novos contadores, a monitorização rápida e precisa da rede de distribuição de energia permitirá também uma melhor gestão global das flutuações dos consumos de eletricidade a nível do território.
No caso do autoconsumo, existirá a possibilidade de dispor de um só contador para medir os fluxos de eletricidade nos dois sentidos, em função da energia consumida ou produzida localmente pelo cliente.
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