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França lança projeto que proíbe telemóveis nas escolas a menores de 15 anos

É um projeto em curso em França, mas que pode vir a ser adotado por outros países europeus. Os menores de 15 anos, em 200 escolas do país, estão proibidos de utilizar o telemóvel no recinto escolar. Mas a ideia não é pacífica.


Telefones a mais nas escolas francesas

A França tem em curso um projeto que proíbe o uso de telemóveis por menores de 15 anos em mais de 200 escolas. Esta iniciativa, que tem gerado um debate aceso tanto em França como internacionalmente, visa melhorar o ambiente de aprendizagem, reduzir as distrações e promover uma socialização mais saudável entre os estudantes.

O principal objetivo da proibição é criar um ambiente escolar mais propício ao estudo e ao desenvolvimento social.

O uso excessivo de telemóveis tem sido associado a vários problemas, incluindo distração em sala de aula, bullying online, dependência tecnológica e impacto negativo na saúde mental dos jovens.

 

Estudos têm demonstrado que a presença de telemóveis em sala de aula pode reduzir a capacidade de concentração e de absorção de conhecimento. Ao eliminar esta distração, as autoridades francesas esperam que os alunos se envolvam mais ativamente nas atividades escolares e que o rendimento académico melhore.

Além disso, a proibição pretende promover a interação social face a face entre os estudantes. Com os telemóveis fora do alcance, os jovens são incentivados a conversar, brincar e socializar de forma mais direta, o que pode contribuir para o desenvolvimento de competências sociais e emocionais.

 

Projeto em 200 escolas

A implementação deste projeto arranca em mais de 200 escolas em várias regiões da França. A proibição abrange não apenas as salas de aula, mas também os recreios e outros espaços escolares, com algumas exceções em casos de necessidades específicas, como para estudantes com condições de saúde que requeiram o uso de dispositivos eletrónicos.

Os alunos devem deixar os seus telemóveis em casa ou entregá-los à escola ao chegarem, sendo os dispositivos guardados até ao final do dia escolar.

Algumas escolas têm criado espaços específicos onde os telemóveis podem ser depositados em segurança durante o horário escolar.

Ao proibir os smartphones nas faculdades, o ministério espera “prevenir a violência online, limitar a exposição aos ecrã e fazer cumprir as regras que regem o uso de ferramentas digitais”.

Reações e debate

A decisão de implementar esta proibição tem sido recebida com opiniões mistas. Muitos pais e professores apoiam a medida, acreditando que ela ajudará a restaurar a ordem e a concentração nas salas de aula, além de combater problemas como o bullying digital.

No entanto, há também quem critique a medida, argumentando que pode ser excessiva e que o uso de telemóveis, quando bem gerido, pode ter benefícios educacionais. A capacidade de aceder a informações rapidamente, utilizar aplicações educativas e comunicar em emergências são alguns dos argumentos apresentados pelos críticos.

Outro ponto de controvérsia é a questão da aplicação da regra. A gestão dos telemóveis e a garantia de que todos os alunos cumprem a proibição podem representar desafios logísticos significativos para as escolas.

Se bem-sucedida, esta proibição poderá servir de exemplo para outros países que enfrentam desafios semelhantes com o uso de telemóveis nas escolas. A experiência francesa poderá oferecer dados valiosos sobre o impacto de tais medidas no rendimento escolar e no bem-estar dos estudantes.

Além disso, a implementação deste projeto poderá estimular uma reflexão mais ampla sobre o papel da tecnologia na educação.

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