Comparativamente há apenas 10 anos atrás, o acesso às novas tecnologias aumentou ‘do 8 para o 80’, sobretudo quando falamos nos jovens. Basta entrarmos, por exemplo, numa escola, para comprovarmos isso mesmo.
Mas muitos jovens podem não ter a consciência das consequências e impacto negativo das tecnologias e, como sabemos, adoptam comportamentos online que não são os mais adequados.
Um recente estudo da Intel Security veio, assim, mostrar algumas realidades sobre as quais devemos reflectir.
Um recente estudo desenvolvido pela Intel Security, mostrou o comportamento online de crianças e adolescentes. O estudo, intitulado “Realidade Cibernética: O que os pré-adolescentes e os adolescentes fazem online”, analisou o comportamento online de 8.026 jovens entre os 8 e os 16 anos e determinou as principais preocupações de 9.017 pais relativamente a esse comportamento dos filhos.
O estudo foi encomendado pela Intel Security à MSI Internacional, foi implementado em vários países como Estados Unidos, Canadá, Brasil, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Japão, Austrália, Singapura e Índia e as entrevistas foram realizadas entre os dias 28 de abril e 12 de maio de 2015.
De entre os resultados, destacamos os obtidos no Brasil, que contou com 1.014 participantes (pais e filhos) e onde os filhos indicam:
As piores coisas que podem acontecer na Internet…
- Ser hackeado (52%)
- Descobrirem a localização e informações pessoais (42%)
- Interagir com estranhos (33%)
- Ser vítima de cyberbullying (29%)
- Ver segredos seus revelados que possam comprometer a sua reputação (27%)
Relativamente ao comportamento online…
- Um em cada três mudam o seu comportamento quando sabem que os pais estão a ver (33%)
- Cerca de metade escondem alguma actividade online dos pais (48%)
- 23% admite eliminar o histórico do browser
- 20% apaga mensagens
- 17% opta por usar um dispositivo móvel ou dektop
- 16% minimizam o browser assim que os adultos estão por perto
Actividades que já fizeram online…
- 35% afirma já ter jogado com estranhos
- 13% admite já ter visto pornografia
- 6% já apostou em jogos
- 4% admite já ter partilhado fotos e mensagens íntimas
- 3% já enviaram fotos inapropriadas de si para outra pessoa
- 1% afirma que já comprou drogas ou álcool
- 54% indica que não fez nenhuma destas actividades.
Segundo os pais, o pior que pode acontecer aos filhos no mundo online…
- 63% é da opinião que o pior é os filhos interagirem com estranhos
- 57% indica ser a possibilidade de descobrirem a localização da criança e aceder a informações pessoais
Por outro lado…
- 84% dos pais admite já ter monitorizado o comportamento dos filhos na Internet e, para isso:
- 83% diz conversar com os filhos
- 59% procuram informações em dispositivos
- 40% define regras de acesso
- 52% segue os filhos nas redes sociais
- 36% partilham as mesmas passwords
- 11% monitoriza os equipamentos dos filhos com recurso a GPS
Redes Sociais
- 89% dos jovens já tem conta nalguma rede social (83% entre 8 e 12 anos e 97% entre 13 e 16 anos)
- A maioria criou conta no Facebook quando tinha entre 8 e 10 anos (O Facebook tem uma idade mínima de 13 anos)
- 97% dos pais afirma já ter tido alguma discussão com os filhos acerca das redes sociais, dentro dos temas:
- Cibercrime e roubo de identidade (79%)
- Reputação (77%)
- Definições de Privacidade (70%)
- Cyberbullying (66%)
- 26% dos jovens admite usar nomes ou apelidos falsos nas redes sociais pelos motivos de:
- Não querem que os colegas saibam que são eles que estão a colocar os conteúdos (53%)
- Preocupa-os o facto de pais/professores poderem ver algum conteúdo inapropriado publicado por eles (40%)
- 33% dos jovens diz já ter visto pelo menos uma foto inadequada nas redes sociais
Cyberbullying
- 52% dos jovens já testemunhou algum comportamento agressivo nas redes sociais
- 11% dizem já ter sido vítimas de cyberbullying
- 24% admitem já terem sido elas mesmas os bullies
- 14% diz já ter criticado alguma pessoa
- 13% já chamou alguém de gordo, feio entre outros insultos à aparência
- 36% afirma ter sido bullie porque outros foram maus para si e 24% diz que o motivo é apenas não gostarem da vítima
Dispositivos Móveis
- 88% dos pais afirma que o facto de os filhos terem dispositivos móveis, incrementa a sua preocupação com o que os filhos fazem online
- 72% acha que os filhos passam mais tempo nas redes sociais a partir do equipamento móvel que pelo PC
- Quando os pais têm filhas entre os 13 e os 16 anos, essa percentagem passa para os 90%
- 70% dos jovens passam mais de 2h/dia no dispositivo móvel e, dentro das actividades, estão:
- Ver vídeos (62%)
- Aceder às redes sociais (59%)
- Trocar SMS (47%)
Interacção com outras pessoas
- 25% dos jovens admite que se encontraria ou já se encontrou pessoalmente com alguém que conheceu online
- 65% dos pais acha normal que o filho tenha amigos adultos nas redes sociais
- E, desses, 99% não se preocupam se o adulto for familiar ao conhecido mas esse número desce (71%) se for um professor
- 37% dos jovens afirma saber a password de outras pessoas e 42% admite já ter acedido a alguma conta sem que os donos soubessem e entre os motivos estão:
- Alterar configurações ou imagens por piada, o chamado facejacking (49%)
- Ver se os amigos estavam a conversar com algum ex (28%)
Dicas da Intel Security para promover a segurança onlines dos jovens
Após vermos estes resultados, talvez seja hora de alguns pais estarem mais atentos.
Thiago Hyppolito, eng. de produtos da Intel Security, aconselha aos pais terem conversas frequentes e abertas com os filhos acerca do seu comportamento online e sobre os riscos a que estão expostos: “a comunicação transparente pode ajudar a construir a confiança entre pais e filhos, incentivar as crianças a partilhar mais informações sobre as suas actividades online e a procurar a ajuda dos pais quando se depararem com alguma actividade suspeita na Internet”.
Desta forma, a Intel Security deixa algumas dicas:
1. Fale frequentemente com os seus filhos sobre os riscos e mantenha a comunicação aberta. Recorra a temas como violação de segurança como forma de alertar e consciencializar os jovens.
2. Defina regras para as passwords ensinando os jovens que não é adequado saberem ou partilharem as passwords uns dos outros.
3. Antes de fazer download de uma aplicação, leia com o seu filho todas as informações da mesma. Informe-se sobre os limites de idade e leia os comentários à app para analisar a segurança da mesma.
4. Os pais dever ter as passwords dos filhos para conseguirem aceder aos equipamentos e também às redes sociais como forma de prevenção.
5. Se quer estar um passo à frente dos seus filhos, como forma de os ajudar, informe-se e enriqueça o seu conhecimento acerca das novas tecnologia pois, caso contrário, eles saberão bem dar-lhe a volta.
O que pensam destes resultados? Estarão os jovens seguros online?