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Estará a Internet no Brasil preparada para a Copa do Mundo?

Faltam poucos dias para o arranque da maior competição de futebol do mundo, que este ano se realiza no Brasil. O país vai acolher durante o próximo mês milhares de turistas que certamente andarão agarrados ao smartphone a partilhar todos os melhores momentos desta Copa do Mundo. Mas será que o Brasil tem capacidade para responder às necessidades destes turistas em termos de acesso à Internet?

O Brasil, de entre os 32 países que competem no Mundial de Futebol, é um dos que apresenta menores velocidades de Internet, sendo mesmo o nono pior país neste ranking, com uma velocidade média de 2.7 Mbps. Este valor é o resultado da falta de infraestruturas e da pouca oferta num país que é o quinto maior detentor de IPs do mundo.

No meio do entusiasmo do pré-arranque da Copa do Mundo, o site brasileiro G1 apresentou uma lista das velocidades médias de Internet dos 32 países que competem neste grande evento, cujos dados foram fornecidos pela empresa de infraestruturas de redes Akamai.

Se as velocidades de download entrassem em competição, o Brasil não passaria da primeira fase de classificações, com o 24º lugar correspondente a 2.7 Mbps. Já Portugal ainda chegaria aos oitavos de final com a conquista do 12º lugar correspondente a uma velocidade média de acesso de 6 Mbps. O grande vencedor seria a Coreia do Sul, com média de 21.9 Mbps.

O Director Geral da Akamai no Brasil, Jonas Silva, refere que esta posição se deve ao número crescente de clientes que não é acompanhado pela evolução das infra-estruturas.

Actualmente, o Brasil tem cerca de 37 milhões de IPs únicos que fazem do país o quinto maior detentor de IPs no mundo, muito próximo da Alemanha com 37.1 milhões de IPs. Há que referir que, durante o último ano, o país teve um crescimento do número de IPs em 47%.

Os países do topo da tabela, Coreia do Sul, Japão, Holanda e Suiça, além de serem países desenvolvidos económica e tecnologicamente, são países pequenos onde a implementação de infraestruturas é mais simples.

No caso dos Estados Unidos, que ocupam o quinto lugar do ranking, a questão crucial para este lugar prende-se com a forte concorrência que existe no país, que estimula a oferta de opções de Internet mais rápida e mais barata.

 

Ranking Completo

    1º Coreia do Sul: 21,9 Mbps

    2º Japão: 12,8 Mbps

    3º Holanda: 12,4 Mbps

    4º Suíça: 12 Mbps

    5º Estados Unidos: 10 Mbps

    6º Bélgica: 9,8 Mbps

    7º Reino Unido: 9,4 Mbps

    8º Alemanha: 7,7 Mbps

    9º França: 7,7 Mbps

    10º Rússia: 7,4 Mbps

    11º Espanha: 6,6 Mbps

    12º Portugal: 6 Mbps

    13º Austrália: 5,8 Mbps

    14º Itália: 5,2 Mbps

    15º Grécia: 4,9 Mbps

    16º Croácia: 4 Mbps

    17º México: 4 Mbps

    18º Bósnia-Herzegovina: 3,6 Mbps

    19º Chile: 3,4 Mbps

    20º Equador: 3,4 Mbps

    21º Argentina: 3,1 Mbps

    22º Uruguai: 3,1 Mbps

    23º Colômbia: 2,9 Mbps

    24º Brasil: 2,7 Mbps

    25º Gana: 2,4 Mbps

    26º Costa Rica: 2,1 Mbps

    27º Honduras: 2,1 Mbps

    28º Costa do Marfim: 2 Mbps

    29º Nigéria: 1,8 Mbps

    30º Irã: 1,2 Mbps

    31º Argélia: 1,1 Mbps

    32º Camarões: 0,9 Mbps

Estes resultados vêm dar voz a mais um problema de desenvolvimento de um país que está a investir milhões na organização da Copa do Mundo e a descurar os problemas reais do país. Certamente que não haverá Internet com capacidade para responder à enorme quantidade de aficionados e turistas que estarão no Brasil durante o próximo mês.

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