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Pplware E3: Entrevista a Nicolas Wegnez (Nintendo)

As questões colocadas pelos nossos leitores à Nintendo foram respondidas! O Pplware teve a oportunidade de entrevistar Nicolas Wegnez, o Director de Marketing da Nintendo Ibérica, durante a E3, em Los Angeles.

A Wii U, os jogos exclusivos, mais jogos “hardcore” e Pokémon foram alguns dos assuntos abordados na nossa entrevista a uma das personalidades da Nintendo mais importantes para o nosso país.

Fotografia de gamesrepublica.clix.pt.

Pplware/Ana Narciso (AN): Tem havido uma grande especulação acerca das consolas de nova geração adoptarem medidas para preverir a utilização de jogos usados, como por exemplo os online passes. Qual é a posição da Nintendo agora com a Wii U?

Nintendo/Nicolas Wegnez (NW): Têm de compreender que não fizemos nem vamos fazer nenhuma declaração acerca desse assunto e por isso não tenho nada a dizer. Não nos baseamos em especulações, caso contrário as perguntas não teriam fim e seriam sobre coisas que ainda não anunciámos. Portanto, do nosso lado não podemos dizer nada.

AN: Então não tem nenhuma opinião…

NW: Uma grande empresa como a Nintendo deve ter apenas uma opinião, que é dada por um presidente. Como não emitiu uma opinião, não posso comentar este assunto.

“O Super Mario pode ser um jogo tão hardcore como social, dependendo dos objectivos do jogador.”

AN: Fale-me um pouco acerca da mudança de paradigma dos jogos casuais para jogos “hardcore”. Planeiam investir mais neste tipo de jogos?

NW: O conceito da Wii, quando foi lançada, era maximizar/melhorar a interacção dentro do lar, o multiplayer, local ou online. O “U” de Wii U significa “eu”, “tu”, uma pessoa, a tentativa de colocar mais lares em comunicação e é aqui que entra o Miiverse.

Agora, algo importante é compreender o DNA da Nintendo: não fazemos jogos para jogadores casuais ou hardcore, isso é apenas uma interpretação do exterior. O Super Mario pode ser um jogo tão hardcore como social, dependendo dos objectivos do jogador.

A realidade é esta: o facto de oferecermos um segundo ecrã [Wii Game Pad], o Miiverse, a jogabilidade assimétrica, uma nova forma de jogar, faz com que outras empresas de videojogos estejam bastante entusiasmadas com a nova consola e com aquilo que podem fazer com ela. Dou-lhe o exemplo do Zombie U, este jogo não tem nada a ver com o típico jogo Nintendo. Por isso a resposta é sim, estamos muito entusiasmados com o facto de outros developers de jogos estarem a preencher o espaço destinado apenas aos jogadores “hardcore”.

Mas a Nintendo não faz jogos para um público em específico. Como sabe, numa plataforma como a Xbox, a Playstation, ou a Wii temos títulos first-party (próprios) e títulos third-party (de terceiros). Prevemos que haja muitos títulos third-party para portar e a Wii U está capaz de suportar essas adaptações. Outro bom exemplo é a Nintendo 3DS, em que títulos third-party como Resident Evil: Revelations, Metal Gear Solid: Snake Eater 3D e muitos outros, são adaptados a esta plataforma pelos developers.

“A Nintendo nunca fará jogos para os jogadores “hardcore”, serão os developers de empresas third-party a fazê-lo.”

Por isso o objectivo com a Wii U foi dar também hardware aos developers para fabricarem este tipo de jogos. Mas por outro lado, para manter o equilíbrio, a Nintendo continuará a fazer jogos para todos. A Nintendo nunca fará jogos para os jogadores “hardcore”, serão os developers de empresas third-party a fazê-lo.

“Se as empresas sentirem a necessidade de criar jogos que tirem partido dos nossos controlos (que só nos temos), então teremos exclusivos.”

AN: Se olharmos para a Sony ou Microsoft, vemos que existe um grande investimento em jogos exclusivos. Como é que a Nintendo vê o investimento neste tipo de jogos?

NW: Os nossos jogos exclusivos usam os nossos controlos exclusivos. Ao contrário da Sony, por exemplo, não temos jogos second-party como o Heavy Rain, que são desenvolvidos por empresas que pertencem à Sony. O nosso objectivo é dedicarmo-nos sempre mais aos nossos próprios jogos (first-party), mas também temos thrid-party exclusivos como o Zombie U, do qual já falei anteriormente. Se as empresas sentirem a necessidade de criar jogos que tirem partido dos nossos controlos (que só nos temos), então teremos exclusivos.

AN: Em termos de especificações de hardware, estará a Wii U à altura das consolas concorrentes e à altura das futuras consolas da próxima geração?

NW: Temos como política não divulgar as especificações técnicas da Wii U. Queremos que seja o consumidor a julgá-la por si próprio. Basta colocar a Wii U ao pé de outra consola e ver a diferença. É natural que no início de vida de uma consola não se consiga atingir todo o potencial da mesma com os primeiros jogos. Basta olhar para os primeiros jogos da PS3 e para os actuais. Por isso tudo é relativo, dependerá muito da forma com os jogos forem desenvolvidos.

AN: Como pensa a Nintendo fazer a transição da Wii para a Wii U? Continuarão a lançar jogos para a Wii e até quando?

NW: Não planeámos essa transição. Continuaremos a lançar jogos para a Wii, mas não lhe posso dizer até quando. O que lhe posso dizer é que os tempos estão a mudar. A Nintendo não pode evitar ouvir os consumidores, hoje em dia o consumidor tem um poder muito maior, falam nas redes sociais e até influenciam as decisões de uma empresa. Por isso a substituição da Wii pela Wii U vai depender muito das necessidades dos consumidores.

Outra coisa muito importante a perceber é: Quem decide desenvolver para a Wii? A Nintendo apenas? Não, a Nintendo toma uma decisão mas empresas como a Activision, Electronic Arts, Ubisoft, cada uma delas, toma outra decisão. Essas empresas também estão atentas ao mercado. Se o mercado pedir um produto, este será desenvolvido.

AN: Agora em relação à série Pokémon. Planeiam lançar um novo jogo Pokémon para a Wii U?

NW: Não fizemos nenhum anúncio a esse respeito. Penso que não seria surpreendente se lançássemos um novo jogo. Agora estamos muito dedicados ao Pokémon: Black & White, este tem sido um dos jogos Pokémon com mais sucesso de sempre e terão verdadeiras sequelas [em Junho].

AN: Todas as sequelas Pokémon têm-se limitado praticamente a aumentar o número de pokémons. Planeiam alterar esta tendência, por exemplo uma alteração significativa na história. Quando comecei a jogar eram 150 pokémons e agora…

NW: São mais de 600.

AN: É exagerado, na minha opinião enquanto jogadora.

NW: Exactamente. Isso é precisamente o que os jogadores Pokémon se têm queixado. Como jogadora, tem todo o direito em dizer o que pensa. Agora, o Pokémon não é detido a 100% pela Nintendo, pelo que o seu futuro é altamente decidido pela empresa que detém o produto. De momento, o plano é lançar uma nova sequela ao Black & White.

Algo que vão tentar alterar é a forma como se acede à informação dos pokémons. Por exemplo, vamos lançar o Pokédex 3D Pro que ajudará os utilizadores a saber quem são os pokémons, o que podem fazer com eles, etc. Numa altura em que são tantos os pokémons, é necessária uma forma fácil de compilar toda a informação, pois trata-se de um jogo altamente estratégico.

AN: Muito obrigada mais uma vez por conceder esta entrevista ao Pplware.

Um agradecimento especial por parte do Pplware à Nintendo pelo convite até à E3 e pela disponibilidade de Nicolas Wegnez em conceder-nos esta entrevista.

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