Durante a campanha eleitoral, principalmente, sobre o caso do atirador de San Bernardino, Trump num comício na Carolina de Sul pediu aos norte-americanos para boicotarem a Apple. Mas não foram certamente esquecidas as declarações sobre os emigrantes, as minorias e as mulheres!
Agora, a empresa de Cupertino não quer associar a sua marca ao candidato Donald Trump e anunciou já que vai manter-se afastada da convenção nacional do Partido Republicano, que vai decorrer em Cleveland entre os dias 18 e 21 de Julho.
Um artigo publicado neste fim-de-semana passado, no site Politico.com, que cita fontes próximas à empresa, revelou que a Apple deu a conhecer a sua posição aos líderes do Partido Republicano: este ano não fará doações de equipamentos ou dinheiro para apoiar a realização da convenção do partido. Este será o evento que escolherá o candidato republicano a disputar as eleições presidenciais nos EUA.
Estas empresas como a Apple, por norma, não atribuem apoio monetário directamente aos partidos, mas não deixam de apoiar pois têm todo o interesse em garantir a sua presença nas convenções quer dos Republicanos, quer dos Democratas. A Apple, em 2008, “patrocinou” em Macs o equivalente a 140 mil dólares. Já em 2012, o “patrocínio” foi em Macs, iPhones e iPads.
Mas qual a razão do afastamento da Apple?
Não é de estranhar esta atitude da Apple. A culpa será do Republicano Donald Trump e dos seus comentários sempre controversos, acutilantes e provocadores, que ao longo da campanha têm sido disparados.
Certamente, estarão em cima da balança as declarações sobre os imigrantes, as minorias e as mulheres. Além dos comentários exacerbados, Trump também mostrou que não nutre simpatia pela empresa da maçã, ao ter criticado abertamente a empresa e o seu CEO, Tim Cook, na célebre decisão de não quebrar a criptografia do iPhone de um dos atiradores do ataque em San Bernardino. Trump, num comício na Carolina de Sul, pediu aos norte-americanos para boicotarem a Apple.
Microsoft, Google e Facebook vão apoiar
Esta atitude da Apple não teve impacto nem eco noutras empresas do sector tecnológico. Outras empresas, entre elas a Microsoft, Google e Facebook, já declararam que vão apoiar a convenção Republicana e também a convenção Democrata como forma de incentivar a participação dos cidadãos no processo eleitoral norte-americano.
Mas a Apple está sozinha nesta posição?
Na verdade há mais empresas que tomaram a decisão de não apoiar Donald Trump. A HP Inc., que foi uma grande “patrocinadora” do partido Republicano em 2012, cedeu à pressão do grupo de activistas ColorofChange.org e anunciou que não irá apoiar o evento em Cleveland.
Meg Withman, a CEO da Hewlett Packard Enterprise, que já foi candidata a governadora da Califórnia pelo partido Republicano em 2010, sempre foi uma apoiante incondicional do partido, mas sabe-se que é igualmente uma força contra Trump. Consta que chegou mesmo a compará-lo a Hitler e Mussolini durante uma reunião a portas fechadas com líderes republicanos no início de Junho.
Esta é a campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos mais controversa de todos os tempos, até do ponto de vista do suporte da tecnologia!