A guerra entre a Rússia e a Ucrânia não é apenas um conflito entre os dois países. Tudo o que está a acontecer tem reflexo à escala mundial e a dependência energética tem sido amplamente debatida. Como é normal, o grau de dependência depende de país para país.
Segundo dados da Eurostat, que foram apresentados este mês e que são referentes a 2020, Portugal ocupa a 11ª posição no que diz respeito a dependência energética do estrangeiro.
Dependência energética: Portugal importa 100% do gás natural
Segundo dados do Eurostat divulgados a 11 de março deste ano, Portugal era, em 2020, o 11.º país da Europa a 27 com maior dependência energética do estrangeiro, refere o JN. Segundo o jornal, o nosso país está uma posição à frente da Alemanha e dois lugares acima da média europeia.
Infelizmente, Portugal importa 100% do petróleo e do gás natural que precisa e também alguma gasolina, gasóleo e gás para as botijas de países como a Espanha, EUA ou Reino Unido. Em 2020 e 2021, ainda importou carvão, porque as centrais de Sines e do Pego só foram encerradas no ano passado, em janeiro e novembro.
De acordo com dados da REN, desde 2018, as renováveis abastecem mais de 50% do consumo de eletricidade. Aliás, em 2020 e 2021, foram responsáveis por 59%. E vê-se nos dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) que mostram uma redução de 25% das importações de carvão e de 2,6% nas de gás natural, de 2020 para 2021.
De acordo com os mesmos dados do Eurostat, em 2020, Portugal era o quarto país da Europa que menos dependia da Rússia, com importações de pouco menos de 5%. Ao contrário de países como a Alemanha, Polónia, Holanda, Grécia ou Finlândia, Portugal apenas importa gás da Rússia, enquanto que estes países também compram petróleo. Relativamente ao gás consumido em 2020 e 2021, sabe-se que veio da Nigéria (3 e 2,7 milhões de m3) e dos EUA (1 e 1,8 milhões de m3). Da Rússia vieram 542 e 572 mil m3.