O Windows XP, ao fim de 10 anos, está a chegar ao fim da sua vida útil. Eleito por muitos como o melhor sistema operativo da Microsoft até à data, o XP tem servido de forma estável e segura os seus utilizadores.
Mas como o seu final a chegar, e consequentemente o fim do seu suporte, as empresas precisam de procurar alternativas e de se preparar para a mudança. Se insistirem em manter este sistema operativo em funcionamento, os custos associados vão disparar. Estas conclusões foram agora apresentadas e divulgadas num estudo realizado pela IDC.
O aumento exponencial dos custos de uma empresa que opte por manter o Windows XP como o seu sistema operativo depois de 8 de abril de 2014, altura em que Microsoft deixa de suportar este software, é a principal conclusão do estudo ‘Riscos e Custos de Manutenção do XP nas organizações nacionais’ realizado pela IDC.
Na realidade, e apesar da consultora calcular que até ao final deste ano 33% das empresas ainda utilizem o Windows XP (o Windows 7 já representa cerca de 50% da base instalada de PC empresariais e o Windows 8 já 11%), a verdade é que se todas as organizações optarem por não migrar para um software mais moderno, o custo potencial de manutenção do sistema mais antigo é de 255 milhões de euros.
E as mais afetadas são as pequenas e médias empresas (PME), que terão de suportar mais de metade deste valor, não só por serem o maior segmento de utilizadores de Windows XP mas também porque aqui o custo de gestão de um PC é mais elevado e o downtime tem maior impacto na produtividade. Este aumento drástico dos custos deve-se à inexistência de patches de correção das vulnerabilidades existentes, e consequente crescimento exponencial das ameaças.
De acordo com a IDC, hoje um PC com o sistema operativo Windows XP tem um custo anual de 548 euros, valor que desce para 150 euros no Windows 8 – associados aos custos operacionais de TI, decorrentes do suporte técnico aos postos de trabalho dos utilizadores, e custos operacionais dos utilizadores finais, resultantes do impacto da manutenção ou de problemas ocorridos com o posto de trabalho.
Mas o custo de manutenção do Windows XP deverá crescer exponencialmente a partir do momento em que deixa de ser suportado: mais 5% em 2014, 25% em 2015 e 29% em 2016. Os custos de produtividade do utilizador registarão uma tendência semelhante nos dois primeiros anos e crescerão 6% em 2014, 23% em 2015 e 40% em 2016.
A avaliação da evolução acumulada desde 2013 até 2016, agregando os custos anuais de trabalho de TI com os custo de produtividade do utilizador, poderá representar um crescimento de até 73%.
Neste contexto, o custo acumulado para uma organização manter um PC Windows XP nos próximos três anos pode atingir os 2.238 euros; num PC com Windows 8 esse valor é de 606 euros, ou seja menos 1.623 euros.
Este estudo concluiu ainda que as organizações que investirem 502 euros num PC com Windows 8 (incluindo hardware e software) poderão ter benefícios de 998 euros por PC ao longo de três anos, os quais serão alcançados através da redução do número de horas de suporte de TI, bem como da redução dos custos associados à perda de produtividade dos utilizadores. O retorno do investimento é de 99%, sendo este recuperado em menos de dois anos.
Feitas as contas é fácil perceber porque muitas empresas estão a migrar para softwares mais recentes, como o Windows 8. Daí a IDC avançar que apenas 3% das empresas deverá ainda utilizar o Windows XP em 2017.
Numa PME, que regra geral não tem apoio de técnicos informáticos próprios e tem menor poder de negociação, este cenário ainda é mais negro: se numa grande empresa o custo anual de um PC com Windows XP é de 434 euros, numa PME este valor dispara para os 718 euros.
Para a realização deste estudo a IDC recorreu a indicadores internacionais e nacionais, bem como a entrevistas a quatro empresas que fornecem suporte técnico a instalações XP e Windows 8, e a 11 clientes com Windows XP, Windows 7 e Windows 8.