O mundo digital tem atrapalhado o negócio de várias empresas cujo foco era o papel. No caso dos CTT, apesar da evolução e aposta da empresa em diversos segmentos e serviços, há claramente uma quebra no negócio postal e é necessário arranjar alternativas de sustentação.
De acordo com Francisco Lacerda, presidente dos CTT, a empresa quer começar a distribuir produtos da Amazon em Portugal.
Francisco Lacerda quer aumentar a quota da empresa no mercado nas encomendas, que atualmente corresponde a cerca de 30% e, para tal, quer começar a distribuir produtos em Portugal da gigante Amazon, tal como já faz em Espanha.
Já temos a distribuição da Amazon em Espanha, mas não em Portugal, o que acontecerá um dia destes
Francisco Lacerda, presidente dos CTT
Com uma quota de 90% nas cartas, a empresa tem a noção que este segmento está completamente em queda e, nesse sentido, existem pretensões de conseguir aumentar a quota no mercado das encomendas.
Para se ter uma ideia, em 2017, os CTT distribuíram 600 milhões de cartas. Há 10 anos os CTT distribuíam 1,3 mil milhões de cartas. O presidente refere que tal aconteceu porque existiu uma “digitalização da sociedade”. Os resultados do primeiro trimestre são positivos, uma vez que os rendimentos do negócio expresso e encomendas subiram 29,7% para 22,8 milhões.
Como trunfo para o segmento das encomendas, Francisco Lacerda refere que “a lógica de proximidade que a empresa tem e que não tem paralelo em Portugal”.
A operação dos CTT ao nível das encomendas ainda apenas acontece em Espanha, através da sua participada Tourline Express. As encomendas chegam atualmente aos portugueses através de transportadoras espanholas, como é o caso da Seur. Os CTT prevêem um corte de 800 postos de trabalho até 2020, no entanto, por agora o valor global de trabalhadores mantém-se nos 12 mil.