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China limita exportações de metais essenciais para chips para os EUA e Europa

A China impôs restrições à exportação de dois metais cruciais para as indústrias de semicondutores, telecomunicações e veículos elétricos numa escalada da guerra comercial do país em tecnologia com os EUA e a Europa.


Restrições impostas ao mundo ocidental

O gálio e o germânio, com os seus compostos químicos, estarão sujeitos a um controlo de exportação destinados a proteger a segurança nacional chinesa a partir de agosto, segundo revelou o Ministério do Comércio da China em comunicado na segunda-feira.

Os exportadores dos dois metais terão que solicitar licenças do Ministério do Comércio se quiserem iniciar ou continuar a enviá-los para fora do país. Serão também obrigados a relatar detalhes dos compradores estrangeiros e dos seus pedidos.

A China quer alcançar o domínio tecnológico no mundo, desde computação quântica até inteligência artificial e fabricação de chips, e o resto do mundo está empenhado em travar o país. Os EUA, por exemplo, estão a tomar medidas cada vez mais agressivas para impedir que a China ganhe vantagem e conta com a Europa e Ásia como aliados que façam o mesmo. Algo que, como temos visto, está a surtir efeito.

Estes limites de exportação chegam num momento em que um pouco por todo o mundo se está a tentar reduzir a dependência das cadeias de fornecimento estrangeiras.

Segundo Roger Entner, analista da Recon Analytics LLC, em declarações à Bloomberg, o impacto na indústria de tecnologia “depende do stock de equipamentos disponíveis. É mais uma flexão muscular para o próximo ano ou mais. Se continuar, os preços vão subir”.

China é o maior produtor mundial de gálio e germânio

A China é o maior produtor global de ambos os metais que são utilizados na produção de vários semicondutores compostos, que combinam vários elementos para melhorar a velocidade e a eficiência da transmissão. Em concreto, segundo o UK Critical Minerals Intelligence Centre, o país detém cerca de 94% da produção mundial de gálio.

Apesar disso, os especialistas apontam para o facto de não serem nem raros, nem difíceis de extrair. A China apenas consegue, para já, oferecer estes metais a um preço relativamente atraente, para não motivar a sua extração noutros pontos do planeta em grande escala.

O gálio por exemplo é produzido no Japão, Coreia do Sul, Rússia e Ucrânia, de acordo com o CRU Group, um provedor de inteligência da indústria de metais. O germânio também é produzido no Canadá, Bélgica, Estados Unidos e Rússia.

Nas últimas semanas o discurso dos países do ocidente contra a China, relativamente ao risco de segurança nacional e cibersegurança, tem-se intensificado, podendo esta nova restrição estar relacionada com isso. Recorde-se que foi notícia no final de julho que os EUA irão impor restrições na exportação de chips de IA para a China.

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