O plástico nos oceanos é um problema grave que necessita de intervenção urgente. Um estudo levado a cabo pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, analisou os resíduos presentes em onze praias da costa portuguesa. Dos 111 mil itens recolhidos, 97% eram de plástico e muitos desses itens tinham mais que 2,5 cm.
Para combater este flagelo, um cientista inventou a Ch2oose, uma garrafa fabricada com “materiais secretos” que tem a particularidade de se decompor em 3 semanas.
O plástico na água é um problema que parece estar sem controlo. A concentração de plástico nos oceanos é maior do que se imaginava. Amostras da água das cinco regiões do Oceano Ártico apresentaram resultados preocupantes, a cada litro, há 12 mil partículas microplásticas.
Para combater esta epidemia, um cientista escocês, James Longcroft, inventou a garrafa Ch2oose. O material da sua composição permite que toda a embalagem possa ser reciclada, mas que tem uma vida de apenas 3 semanas depois de usada. É uma espécie de frascos de papel que não recorre ao PET.
Há dois anos, a Longcroft lançou uma nova empresa para a produção de garrafas plásticas de água, marcadas com os nomes e logótipos dos patrocinadores, para serem distribuídas gratuitamente aos londrinos.
Este projeto tinha como objetivo doar os benefícios da publicidade a um programa de abastecimento de água potável em África. Mas o jovem de 27 anos logo percebeu que o produto, apesar de beneficiar as comunidades africanas, criava outro problema ambiental. Então, no ano passado, prometeu deixar o plástico.
Esta garrafa tem um revestimento exterior feito de papel reciclado, doado por várias empresas, enquanto o interior à prova de água é constituído por um composto secreto desenvolvido por Longcroft.
O revestimento é a chave. O exterior é feito de papel reciclado, mas o interior tinha que ser à prova d’água, fornecer resistência para que a garrafa retenha a sua estrutura e água fresca, como plástico. Conseguimos fazer tudo isso, o que é muito emocionante. A camada interna é produzida a partir de materiais biodegradáveis naturais e une a cobertura externa, criando uma espécie de vedação. É completamente sustentável.
Explica Longcroft
O jovem químico está a arrecadar fundos na plataforma de financiamento coletivo Indiegogo: o objetivo é conseguir pelo menos 25 mil libras para comprar novos moldes e equipamento para produzir garrafas de papel em escala comercial. E mais uma vez, todas as receitas continuarão a apoiar o projeto de acesso à água potável da instituição de caridade Water For Africa.
A fórmula parece estar bem guardada, mas o seu inventor referiu que todos os constituintes da garrafa se decompõe integralmente em três semanas quando deixadas na água ou terra, e podem ser comidos por criaturas do mar. A tampa de aço ganha ferrugem e também se decompõe no prazo de um ano.