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Bill Gates está convencido de que será uma pandemia a acabar com a humanidade

Bill Gates demonstrou bastante preocupação com as tensões geopolíticas mundiais e com a forma como estas podem afetar a resposta sanitária a uma crise pandémica. Segundo multimilionário, nos próximos 25 anos haverá provavelmente outra crise como a que espalhou a COVID-19. E se não for a guerra a acabar com a humanidade, será uma poderosa pandemia.


Bill Gates: O Que Nos Reserva o Futuro?

Bill Gates filmou uma minissérie de cinco episódios para a Netflix, que será lançada a 18 de setembro, intitulada “What Now? O futuro segundo Bill Gates”. Neste contexto, o multimilionário aborda uma série de desafios que a humanidade terá de enfrentar num futuro mais ou menos distante: os riscos da desinformação, as alterações climáticas, a educação e a necessidade de um futuro melhor.

Aquele que é um dos maiores ricos do mundo, deu uma entrevista ao programa “Make It” da rede norte-americana CNBC, na qual o fundador da Microsoft reconheceu que há duas questões que o preocupam particularmente: o risco real de guerra e o risco de uma nova pandemia global. Ambos são desastrosos por si só, mas o pior é que a guerra também pode espoletar pandemias.

Demasiada tensão na atmosfera

Bill Gates passou as duas últimas décadas a alertar para potenciais catástrofes globais, entre as quais, para além das alterações climáticas, o risco crescente de conflitos entre países e a eclosão de uma guerra e, com ela, de uma pandemia.

De acordo com Gates,

Há muita agitação no mundo que pode levar a uma grande guerra. Mesmo que evitemos uma grande guerra…. Então, sim, haverá outra pandemia, muito provavelmente nos próximos 25 anos.

Disse Gates que utiliza o termo “grande guerra” devido ao elevado risco de conflitos como a invasão russa da Ucrânia ou a ofensiva israelita contra o Hamas poderem alastrar a outros países devido a tensões geopolíticas e desencadear uma guerra mundial.

Para Bill Gates, tal como para outras vozes da comunidade científica, a questão não é saber se vai haver outra pandemia, o que já é um dado adquirido e se reflecte nos testes científicos, mas sim o grau de preparação dos países para lidar com ela, algo que se revelou decisivo durante a pandemia de COVID-19.

Recorde-se que o multimilionário lançou duras críticas aos Estados Unidos no seu livro “Como evitar a próxima pandemia”, dada a falta de visão do país face a uma crise sanitária como a sofrida durante a pandemia de 2020, ignorando os avisos da comunidade científica.

O país que o mundo esperava que liderasse e fosse o modelo não correspondeu a essas expectativas. Embora algumas das lições tenham sido aprendidas com a pandemia [do coronavírus], infelizmente foi muito menos do que eu esperava.

Afirmou Gates.

A guerra e a pandemia andam de mãos dadas

O recente surto de poliomielite nos territórios controlados por Israel na Faixa de Gaza é um bom exemplo de como a destruição e o caos causados pela guerra podem ser o gatilho para uma pandemia global.

Gates salienta que as divisões políticas dificultaram a resposta à COVID-19 e continuam a afetar a preparação para futuras pandemias. O surto de Gaza é um exemplo claro das dificuldades encontradas pelas autoridades de saúde da OMS, não só para chegar a acordo sobre um cessar-fogo entre as duas partes para vacinar a população, mas também para a mobilização logística dos meios de saúde numa zona devastada pela guerra.

Para discutir este problema na série, Bill Gates entrevistou uma das pessoas que viveu em primeira mão as decisões tomadas pelos Estados Unidos durante a pandemia da COVID-19: Anthony Fauci, antigo diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas.

Fauci sublinhou a responsabilidade moral dos países ricos na luta contra a propagação de doenças, argumentando que têm a “responsabilidade moral” de partilhar recursos com os países mais pobres para evitar a propagação de doenças. Na conversa com o bilionário, o ex-funcionário da saúde alertou para os danos que a desinformação e os boatos causaram na luta contra a pandemia, criando uma sombra de descrédito sobre o sistema de saúde, algo que Fauci também comentou numa entrevista para a The New Yorker.

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